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LEGADO RUSSO
Montagens conservadoras predominam no balé e na ópera, que têm espetáculos diários a preços acessíveis
Música e dança sobrevivem a crises do país
DO ENVIADO ESPECIAL À RÚSSIA
O balé, a ópera e a música sinfônica são traços marcantes da cultura russa. Aprende-se dança e a
tocar um instrumento nas escolas
secundárias. Há no país uma
imensa rede de conservatórios e
centenas de orquestras.
Mesmo que a crise de agosto de
1998 tenha afetado de forma dolorosa o poder aquisitivo da classe
média que trabalha para o Estado
(como os músicos, os cantores e
os bailarinos), a arte sobrevive
gloriosamente.
A Filarmônica de São Petersburgo mantém a grande sonoridade dos anos 80. O mesmo ocorre com a Sinfônica de Moscou.
Os teatros de prestígio montam
diariamente espetáculos de ópera
ou balé. Em São Petersburgo, há o
Kirov (nome de um ex-dirigente
local do Partido Comunista), agora rebatizado de Mariinski, sua
denominação no século 19. E em
Moscou há o Bolshoi.
O ingresso nas bilheterias custa
entre um terço e a metade daquilo
que você pagará se encomendá-lo
em seu hotel. Mesmo assim os
preços são baixos em se tratando
de espetáculos de qualidade. No
máximo US$ 100, no mínimo US$
10 ou, por vezes, nem isso.
Os balés e as óperas obedecem
na Rússia a receitas muito conservadoras. O público foi mal-acostumado pelo comunismo a montagens tradicionais, sem o experimentalismo frequente nos palcos
da Europa Ocidental.
O teatro está mais aberto a esse
experimentalismo. Pena que ele
apenas seja acessível para quem
fala russo ou, no limite, para os
que conhecem muitíssimo bem o
texto da obra encenada. Só na capital russa sobrevivem 45 teatros
do Estado. Eles têm Tchecov ou
Gogol no repertório. Mas têm
também Shakespeare, Racine e
muitos outros autores clássicos
que não são russos.
(JOÃO BATISTA NATALI)
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