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Bacalhau português aporta na serra
DA ENVIADA ESPECIAL
"Podem beliscar a sua filha, mas
nunca o bacalhau", brinca a mulher do proprietário e chef do restaurante Sr. Bacalhau, Adriana
Carnieri de Pinho Martins, para
mostrar o cuidado que o marido
tem com o carro-chefe do restaurante. O português José Maria de
Pinho Martins comenta que chega a devolver as caixas de bacalhau importado quando ele não
vem com textura, cor e umidade
adequadas.
O resultado está no sabor dos
bolinhos de bacalhau (R$ 1,75 cada um), da casquinha de bacalhau
(R$ 5) e do bacalhau à moda do
Porto (R$ 65, serve duas pessoas),
que vem com lascas de alho frito,
azeite, batata e brócolis. Ainda
acompanham o peixe pãezinhos
de cebola e alho e um patê de anchovas que lembra uma sardela
menos apimentada.
Nascido no Porto, Martins tem
uma paixão antiga pela culinária:
"Cozinho desde os cinco anos,
sempre incentivado pela minha
mãe, que jogava fora o que não ficava bom e sugeria que eu fizesse
de novo". Comandando o único
restaurante português da região,
o modesto chef afirma que talvez
não tivesse tanto êxito se servisse
comida italiana, devido à concorrência (há muitos descendentes
de italianos em Serra Negra).
Porém o proprietário da cantina
italiana San Marco, Fernando
Braga, não reclama da clientela.
Servindo delícias como lasanha a
três queijos (R$ 13 para uma pessoa e R$ 24 para duas) e canelone
com ricota (respectivamente R$
13 e R$ 24), ele diz manter as receitas da família, embora às vezes
adapte seus pratos. "Aqui é o
cliente quem manda."
Preocupado em preservar a tradição, Braga explica por que não
tem um sobrenome italiano:
"Quando meu avô chegou ao Brasil, caiu um pouco de tinta nos documentos de imigração, e Bragatto virou Braga".
Tira-gosto
Para beliscar no fim da tarde ou
levar para casa quitutes mineiros,
o café Coisas da Fazenda é um
ambiente bem agradável. Após
bater perna pela cidade, o visitante pode descansar no local, que fica um pouco afastado da muvuca,
para degustar patês de ricota com
alho ou de beringela preparados
pela própria proprietária da casa,
Silvana Siqueira. Cada pote de patê com 250 ml custa R$ 3.
Ela e o namorado, José Ricardo
Tomazeli Campos, também comercializam queijo frescal -comum (R$ 3) ou temperado (R$ 4)
com, por exemplo, orégano e calabresa- fabricado na própria
fazenda da família, bolos como o
de aipim com coco (R$ 5, cerca de
500 g) e doces comprados no sul
de Minas, como geléia de goiaba
(R$ 8 o vidro de 500 ml), preparada, segundo Campos, em tachos
de cobre, com colher de pau.
(MARISTELA DO VALLE)
ONDE COMER - Cantina San Marco: r. 7
de Setembro, 145, tel. 0/xx/19/3892-2844; Coisas da Fazenda: r. José Bonifácio, 282, tel. 0/xx/19/3892-3146; Sr. Bacalhau: r. 14 de julho, 511, tel. 0/xx/19/
3842-1342.
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