São Paulo, quinta-feira, 24 de julho de 2008

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VERDADES E MENTIRAS

Fama está ligada a gângsteres e a astros

Palco de personagens polêmicos e marcantes que a ajudaram a ganhar prestígio, metrópole ainda cresce

DO ENVIADO ESPECIAL A LAS VEGAS

De estação de trem e burgo de mineradora, em 1905, até se tornar meca do entretenimento adulto nos EUA, a partir de 1950, Las Vegas foi edificada por um turbilhão de cifrões.
"O que acontece em Las Vegas, fica em Las Vegas", deixa claro o velho slogan, cunhado numa época em que essa cidade luxuriante e fake ia a noitadas quase pecaminosas nos saloons de Freemont Street, cujo teatro, o Majestic, é de 1912.
Nos anos 1940 e 1950, a cidade virou metrópole edificando seus hotéis, aliás, agora enormes resorts, ao longo da avenida Strip. Atrás dessa empreitada estiveram respeitáveis capitalistas, artistas do showbiz e, também, gângsteres de Chicago, Nova York e Los Angeles.
Hoje, ainda que o espectro de crise financeira ronde o futuro dos EUA após as eleições presidenciais, em novembro deste ano, Las Vegas cresce a olhos vistos: tem 136 mil quartos de hotel e está erguendo outros 32 mil até o fim de 2009. E muitos dos hotéis sequer têm cassinos.
Dos 39 milhões de turistas que visitam anualmente essa metrópole turística, 4,7 milhões vêm de outros países (número não muito distante dos 6 milhões de turistas estrangeiros recebidos no Brasil).
De olho no futuro e com o horizonte coberto de gruas e de construções em andamento por todos os lados, os empreendedores e as autoridades de Las Vegas miram nos viajantes internacionais. Só que não apostam todas as fichas na jogatina, estratégia da concorrente Macau, que pertence à China.
Shows e gastronomia de qualidade, novos megaresorts na avenida Strip e a construção de outro aeroporto estão em pauta (o atual, MacCarran Airport, é o 14º mais movimentado do mundo e tem 165 vôos/semana vindos do exterior).

Tudo por dinheiro
Mas, se hoje ganha espaço o chamado entretenimento "saudável", o passado de Las Vegas foi povoado por personagens do barulho. Entre os gângsteres que bombaram, Bugsy Siegel, um arruaceiro de Los Angeles, fez fortuna como sócio do hotel Flamingo. Imortalizado em filme homônimo estrelado por Warren Beatty, em 1991, Bugsy foi brutalmente assassinado pela máfia, em 1947.
O empreendedorismo local também teve como alavanca o bilionário Howard Hughes, dono de vasta área e de hotéis na avenida Strip. Notícias da época garantem que ele não saía do quarto por longos períodos.
Em Freemont Street, o hotel Golden Nuggett conserva a suíte e o camarim de Frank Sinatra, com providenciais portas no fundo e áreas de escape. Sinatra é uma estrela cuja história se confunde com a de Las Vegas; a outra, onipresente, é Elvis Presley. A julgar pela infinidade de imitadores, ali, Elvis não morreu. (SILVIO CIOFFI)


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