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TINTIN POR TINTIN
Lar dos Smurfs, país é maior produtor de HQ do mundo proporcionalmente, com 180 editoras do gênero
Em terras belgas, quadrinhos têm status de grande arte
DO ENVIADO ESPECIAL À BÉLGICA
A Bélgica é proporcionalmente
o maior produtor mundial de histórias em quadrinhos. Pelos últimos números, de dois anos atrás,
ela editou 1.494 novos álbuns, reeditou 436 e lançou 207 antologias.
Há no país 180 editoras que se
dedicam a HQ, 30 a mais que há
cinco anos. A produção está concentrada em nove grandes empresas, como a Dupuis, a Dargaud-Lombard, a Castelman ou a
Soleil. Bruxelas e Charleroi são os
grandes centros de produção.
Os heróis locais são bem conhecidos. Há os Schtroumpfs, conhecidos nos Brasil como os Smurfs,
há o caubói Lucky Luke e sobretudo Tintin, o repórter aventureiro
criado em 1929 por Hergé.
Alguns fatores justificam a expansão das histórias em quadrinho na Bélgica. O principal deles
está na valorização social dos artistas, vistos até os anos 50 por intelectuais de outros países como
fabricantes de um produto de entretenimento menor.
A França (com Asterix), a Alemanha e a Itália são os três outros
grandes desse mercado europeu.
Que acredita ter um diálogo com
seu público -sobretudo no gênero arte e ensaio- que inexistiria
nos Estados Unidos, onde se originou a HQ e ela se tornou cultura
de massa, por meio dos estúdios
Disney e das tiras em jornais.
Os fãs têm de cabeça os nomes
dos grandes na Bélgica. Além de
Hergé, Jean-Michel Charlier, André Frankin, Greg, Jacobs, Macherot, Morris ou Peyo. No ano passado, a revista "W+B", que representa os interesses econômicos de
Bruxelas e dos belgas de língua
francesa, listou mais uma centena
de outros clássicos do setor.
E há também na capital belga
um Museu da História em Quadrinho (Centre Belge de la Bande
Dessinée). Ele funciona desde
1989 e já produziu 120 exposições.
Sua biblioteca tem 50 mil obras
em 25 idiomas.
A atual mostra é sobre quadrinhos espanhóis e as mudanças
que ele passou após a redemocratização do país, com a morte do
ditador Franco em 1975.
(JOÃO BATISTA NATALI)
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