São Paulo, quinta-feira, 24 de novembro de 2005

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TINTIN POR TINTIN

Lar dos Smurfs, país é maior produtor de HQ do mundo proporcionalmente, com 180 editoras do gênero

Em terras belgas, quadrinhos têm status de grande arte

DO ENVIADO ESPECIAL À BÉLGICA

A Bélgica é proporcionalmente o maior produtor mundial de histórias em quadrinhos. Pelos últimos números, de dois anos atrás, ela editou 1.494 novos álbuns, reeditou 436 e lançou 207 antologias.
Há no país 180 editoras que se dedicam a HQ, 30 a mais que há cinco anos. A produção está concentrada em nove grandes empresas, como a Dupuis, a Dargaud-Lombard, a Castelman ou a Soleil. Bruxelas e Charleroi são os grandes centros de produção.
Os heróis locais são bem conhecidos. Há os Schtroumpfs, conhecidos nos Brasil como os Smurfs, há o caubói Lucky Luke e sobretudo Tintin, o repórter aventureiro criado em 1929 por Hergé.
Alguns fatores justificam a expansão das histórias em quadrinho na Bélgica. O principal deles está na valorização social dos artistas, vistos até os anos 50 por intelectuais de outros países como fabricantes de um produto de entretenimento menor.
A França (com Asterix), a Alemanha e a Itália são os três outros grandes desse mercado europeu. Que acredita ter um diálogo com seu público -sobretudo no gênero arte e ensaio- que inexistiria nos Estados Unidos, onde se originou a HQ e ela se tornou cultura de massa, por meio dos estúdios Disney e das tiras em jornais.
Os fãs têm de cabeça os nomes dos grandes na Bélgica. Além de Hergé, Jean-Michel Charlier, André Frankin, Greg, Jacobs, Macherot, Morris ou Peyo. No ano passado, a revista "W+B", que representa os interesses econômicos de Bruxelas e dos belgas de língua francesa, listou mais uma centena de outros clássicos do setor.
E há também na capital belga um Museu da História em Quadrinho (Centre Belge de la Bande Dessinée). Ele funciona desde 1989 e já produziu 120 exposições. Sua biblioteca tem 50 mil obras em 25 idiomas.
A atual mostra é sobre quadrinhos espanhóis e as mudanças que ele passou após a redemocratização do país, com a morte do ditador Franco em 1975.
(JOÃO BATISTA NATALI)


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