São Paulo, quinta-feira, 24 de novembro de 2005

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Com mescla de estilos, Grand Place é inspiração de escritores

DA REDAÇÃO

Pequeno grande reino que protagonizou decisões que engendraram a União Européia, a Bélgica -cuja área é de 30.528 km2, dez vezes menor do que a do Maranhão -é um país dividido: parte da população é flamenga e fala holandês, outra é valã, falante de francês.
O comércio bilateral com o Brasil somou US$ 2,5 bilhões (2004), o PIB deles é de US$ 316,2 bilhões; enquanto o daqui está na casa do US$ 1,5 trilhão.
Invadida, no passado, por franceses, austríacos, espanhóis e alemães, o país foi ligado à Holanda, se tornou um Estado independente em 1830 e, hoje, cultua a cultura erudita com o mesmo vigor com que legou Magritte, Ensor, Hergé e o estilo art nouveau ao horizonte das artes plásticas e decorativas.
Bruxelas, a capital, gravita em torno da Grand Place, praça reconstruída em 1695 e que o poeta francês Jean Cocteau (1889-1963) chamou, com algum exagero, de "a sala de visitas do mundo".
Outro poeta francês, Charles Baudelaire (1821-1867), não foi tão elogioso e, antes de Cocteau, criticou a monotonia da Grand Place, com seus prédios muito semelhantes, dizendo que ela tinha "várias sacadas e ninguém nelas".
Baudelaire foi cruel. Apesar de fundir os estilos barroco, renascentista e gótico, a praça fervilha, especialmente aos domingos, quando lá são vendidos flores e pássaros (canários-belgas).
Na Grand Place, objetos de estilo art nouveau, inspirados na escola criada por Victor Horta no início do século 20, e bonecos do personagem de quadrinhos Tintin, do cartunista Hergé (1907-1983), enfeitam vitrinas, ao lado de casas que vendem chocolates e de restaurantes que servem o prato local, "moulles e frites" (mexilhões na casca servidos com batata frita).
Outras paixões nacionais são a cerveja e as artes plásticas, capítulo importante da história belga, que legou à pintura contemporânea nomes como o de James Ensor, atualmente em cartaz em exposição em São Paulo. (SILVIO CIOFFI)


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