|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Com mescla de estilos, Grand Place é inspiração de escritores
DA REDAÇÃO
Pequeno grande reino que protagonizou decisões que engendraram a União Européia, a Bélgica
-cuja área é de 30.528 km2, dez
vezes menor do que a do Maranhão -é um país dividido: parte
da população é flamenga e fala
holandês, outra é valã, falante de
francês.
O comércio bilateral com o Brasil somou US$ 2,5 bilhões (2004),
o PIB deles é de US$ 316,2 bilhões;
enquanto o daqui está na casa do
US$ 1,5 trilhão.
Invadida, no passado, por franceses, austríacos, espanhóis e alemães, o país foi ligado à Holanda,
se tornou um Estado independente em 1830 e, hoje, cultua a
cultura erudita com o mesmo vigor com que legou Magritte, Ensor, Hergé e o estilo art nouveau
ao horizonte das artes plásticas e
decorativas.
Bruxelas, a capital, gravita em
torno da Grand Place, praça reconstruída em 1695 e que o poeta
francês Jean Cocteau (1889-1963)
chamou, com algum exagero, de
"a sala de visitas do mundo".
Outro poeta francês, Charles
Baudelaire (1821-1867), não foi
tão elogioso e, antes de Cocteau,
criticou a monotonia da Grand
Place, com seus prédios muito semelhantes, dizendo que ela tinha
"várias sacadas e ninguém nelas".
Baudelaire foi cruel. Apesar de
fundir os estilos barroco, renascentista e gótico, a praça fervilha,
especialmente aos domingos,
quando lá são vendidos flores e
pássaros (canários-belgas).
Na Grand Place, objetos de estilo art nouveau, inspirados na escola criada por Victor Horta no início do século 20, e
bonecos do personagem de quadrinhos Tintin, do cartunista Hergé (1907-1983), enfeitam vitrinas,
ao lado de casas que vendem chocolates e de restaurantes que servem o prato local, "moulles e frites" (mexilhões na casca servidos
com batata frita).
Outras paixões nacionais são a
cerveja e as artes plásticas, capítulo importante da história belga,
que legou à pintura contemporânea nomes como o de James Ensor, atualmente em cartaz em exposição em São Paulo.
(SILVIO CIOFFI)
Texto Anterior: Tela por tela: Elite de artesãos ergueu riqueza de Gent Próximo Texto: Bruxelas transpira art nouveau Índice
|