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GUERRA NUNCA MAIS!
Em 1942, povoado tcheco foi devastado
Extermínio de Lídice foi ordenado por Hitler após atentado que matou Heydrich, o "Carniceiro de Praga"
DO ENVIADO ESPECIAL A LÍDICE, NA
REPÚBLICA TCHECA
A Segunda Guerra foi pródiga
em barbáries e massacres, mas
a história de Lídice, povoado localizado a cerca de 24 km de
Praga, na República Tcheca, é
tão poderosa que, quase 70
anos depois, resiste a desaparecer nos desvãos da história.
O turista interessado em
aprender sobre o episódio de
Lídice (em tcheco, "Lidítia")
deve iniciar a viagem em Praga.
O Memorial Nacional dos
Heróis do Terror de Heydrich
fica em local histórico da resistência tcheca, a igreja ortodoxa
de São Cyrill e São Methodius.
Nas paredes da cripta há marcas de tiros e granadas do cerco
nazista que terminou com o
suicídio de quatro militares.
Eram paraquedistas treinados para assassinar um dos
principais nomes da máquina
de guerra do Terceiro Reich. Os
militares Jan Kubis e Josef
Gabcik foram designados pelo
presidente do governo tcheco
no exílio, Edvard Benes, para liderar o plano de assassinato do
nazista Reinhard Heydrich, o
"Carniceiro de Praga".
Kubis e Gabcik passaram seis
meses estudando a rotina de
Heydrich. Por volta de 10h30
de 27 de maio de 1942, num
cruzamento no subúrbio de Liben, o carro de Heydrich foi
atacado. Ele morreu cerca de
uma semana depois.
O ódio de Hitler levou a uma
série de execuções em massa. O
museu de Praga informa que
pelo menos 5.000 pessoas foram assassinadas nos dias e
meses posteriores.
Destino cruelmente especial
foi reservado ao povoado de Lídice. A Gestapo alegou que um
dos paraquedistas trocara cartas com um morador de Lídice.
O suficiente para Hitler decretar o extermínio do lugar. O
museu em Lídice exibe cópia da
ordem formal para as execuções e deportações em massa.
Fotos e filmes mostram que
os 173 homens que viviam em
Lídice foram executados seis
dias após a morte de Heydrich.
Das 98 crianças deportadas nos
dias seguintes, 82 foram exterminadas no campo de Chelmno. Das 196 mulheres deportadas, 50 morreram asfixiadas.
As casas foram demolidas,
uma a uma. O museu de Lídice
exibe filmes da época em que
prisioneiros de guerra aparecem transportam os tijolos das
casas destruídas, para serem
reaproveitados pelos nazistas.
Hoje Lídice é num enorme
parque, com um pequeno, mas
impactante museu. As casas da
"Nova Lídice" foram construídas ao lado do terreno original,
hoje ocupado por um gramado,
esculturas e bancos de madeira.
No meio da antiga Lídice, há
82 esculturas de crianças em
tamanho natural, criadas entre
1969 e 1981 pela artista tcheca
Marie Uchytilova e tornadas
bronze entre 1993 e 2000.
A cerca de 1 km da antiga Lídice, doações ajudaram a criar a
Galeria Lídice, que guarda 422
obras de artistas plásticos de 29
países, incluindo uma tela do
brasileiro D. J. Oliveira.
No início da rua que leva à galeria, o governo tcheco plantou
um roseiral que não dá flores
nem botões, "em memória das
crianças de Lídice".
(RV)
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