São Paulo, quinta-feira, 25 de outubro de 2007

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nos alpes

Trens permitem contemplar país de cima de montanhas

TUDO EM UM Swiss Pass, a partir de US$ 194 para quatro dias, vale não só para os trilhos como para ônibus e barcos

DA ENVIADA ESPECIAL À SUÍÇA

Máquinas modernas, bonitas, com serviço de bordo, muita história para contar, muitos vales, montanhas, túneis e pontes para atravessar. Os trens suíços, tão precisos na chegada e na saída quanto os famosos relógios locais, atravessam o país de ponta a ponta -nada difícil, já que ele é menor do que o Estado do Rio de Janeiro.
Uma forma mais econômica de conhecer a cara Suíça a bordo dos trens é com o Swiss Pass, bilhete válido por um número seguido de dias (ou dias alternados) que permite embarcar em quase todos os trens do país, além de ônibus e barcos, e dá descontos em museus, teleféricos e outros transportes.
É recomendável reservar assentos, principalmente nos finais de semana. O passe, que pode ser comprado em qualquer estação e também no Brasil, fica mais barato para grupos e é grátis para menores de 16 anos acompanhado dos pais. E atenção mochileiros: jovens de até 26 anos têm desconto.
É possível embarcar em um trem minutos depois de desembarcar nos aeroportos internacionais de Zurique e Genebra, mas as linhas que realmente encantam o turista são as rotas panorâmicas. O país tem cinco. Vamos nos concentrar em duas que cruzam os Cantões de Valais, Grisões e Uris, no sul e sudeste do país: a Glacier e a Bernina Express.
O trem Glacier Express, que parte da badalada estação de inverno de St. Moritz e chega (e vice-versa) à vila rural de Zermatt, na base da monumental Matterhorn, é vendido como o "mais vagaroso trem expresso do mundo". A máquina, vermelha como quase tudo na Suíça, tem janelas panorâmicas, ar-condicionado, loja de suvenires, primeira e segunda classe e serviço de bordo cinco estrelas com direito a informações turísticas via fones de ouvido. Anualmente, transporta cerca de 250 mil passageiros.
A primeira viagem do Glacier Express ocorreu no verão de 1930. O trem passa por 91 túneis e 291 pontes em suas sete horas e meia de viagem a uma média de 35 km por hora. Detalhe: é proibido fumar a bordo.
A paisagem é de tirar o fôlego: mesmo no verão, os picos gelados se alternam com os lagos e vales verdes repletos de casinhas de pedra ou madeira dos séculos 16 e 17, charmosos chalés, antigas igrejas e monastérios como o Beneditino de Disentis, erguido no ano 750 e completado, com a construção da igreja, em 1704.
O Glacier, que usa locomotivas elétricas desde 1997, sai de uma altura de 1.600 metros e alterna descidas e subidas. O ponto mais baixo, na estação de Reichenau, está 604 metros acima do nível do mar. O mais alto, a passagem de Oberalpass, fica a 2.033 metros e só é alcançável graças a um sistema de rodas dentadas.
Imperdível é contemplar a passagem da máquina pelo viaduto Landwasser. Com seus 130 metros de comprimento e 65 metros de altura, a ponte curva sustentada por arcos de pedra remete às melhores obras da engenharia mundial. Após atravessar o viaduto, o trem entra em um túnel de 216 metros. Em todas as estações de trem do país, pode-se fazer o check-in para vôos já agendados e despachar a bagagem.

Bernina
O trem Bernina Express parte de Chur, capital do Cantão de Grisões e cidade mais antiga da Suíça, passa por St. Moritz, pelo desfiladeiro de Bernina, pela vila de Poschiavo e desemboca na cidade italiana de Tirano, passando pela ferrovia de maior altitude do país. Atravessando os Alpes de norte a sul (ou vice-versa) desde 1910, o Bernina Express oferece, além dos trens panorâmicos, vagões cabriolet (abertos) no verão.
A paisagem é espetacular. Enquanto o trem avança pelos Alpes a uma altura de até 2.253 metros (desfiladeiro de Bernina), é possível contemplar cascatas e geleiras antigas, lagos, túneis, viadutos de pedra e pequenas vilas rurais. (ES)


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