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NILO SEM MISTÉRIO
País não é caro e oferece boas opções de comida; calor define quando ir e hora de fazer os passeios
Aura mítica não atrapalha viagem ao Egito
Chiaki Karen Tada
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Estátuas do faraó Ramsés 2º guardam entrada de templo em Abu Simbel, 280 km ao sul de Assuã |
CHIAKI KAREN TADA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO EGITO
Está tudo lá -as pirâmides, os
hieróglifos, os retratos de faraós, o
lendário Nilo. Também está lá
uma moderna nação árabe e muçulmana, de ruas caóticas e com
mesquitas que há muito substituíram templos de deuses como local de culto. Ir ao Egito é conhecer
um lugar e seu povo, que caminha
sobre a linha do tempo há mais de
5.000 anos. Essa empreitada carrega um quê de exótico e distante,
mas não exige esforço "faraônico", e alguns cuidados ajudam o
viajante. A aura de mistério do
Egito não deve atrapalhar a realização da viagem.
Não é um país caro, mesmo para os padrões brasileiros. Um passeio de charrete ou de camelo pode custar entre 5 e 10 libras egípcias (R$ 2 e R$ 4). O prato principal em um restaurante mediano,
com carne, arroz, salada e pães,
custa cerca de 20 libras egípcias
(R$ 8). A carteira de estudante internacional (tem que ser a Isic) é
aceita nas atrações.
A passagem aérea para esta época custa a partir de US$ 960, via
Munique, e algumas companhias
aéreas permitem uma parada na
cidade de conexão, como Paris.
O calor influi sobre quando viajar para lá. Assuã e Luxor, destinos tradicionais, ficam muito
quentes no verão, com temperaturas acima de 40C. Melhor é ir
conhecê-los entre dezembro e fevereiro, nos meses de inverno,
quando o calor não é tão forte. No
geral, os meses de meia-estação
-entre março e maio e de setembro a novembro- são agradáveis
para todo o país.
Usar protetor solar, além de carregar pelo menos uma garrafa de
água, dessas de litro e meio, é
obrigatório. Templos e tumbas ficam em locais áridos e sem sombra. Justamente por isso, esse tipo
de atração abre cedo, por volta
das seis da manhã, e os visitantes
podem aproveitar a hora mais
fresca do dia.
Depois das 10h o calor já é intenso, e o melhor é voltar para o hotel
para descansar e tirar uma soneca
e sair só mais no final da tarde para explorar os coloridos mercados, os souqs. Absorver o aroma e
observar cores de especiarias, frutas e tecidos, além de pechinchar
suvenires, é um grande programa
para as noites. Sem se esquecer, é
claro, de descobrir o prazer de tomar chá preto ou de hibisco enquanto se fuma narguilé.
Não é regra, mas é recomendado vestir-se de maneira discreta,
sem abusar de shorts ou regatas
justas, embora os egípcios, com a
exceção de algumas regiões mais
conservadoras, estejam acostumados com a maneira de vestir
dos estrangeiros. Algumas mesquitas pedem às mulheres que cubram a cabeça. Roupas leves de
algodão, inclusive de mangas largas, para se proteger do sol, são
bastante indicadas.
Comida não é problema, pois
em cidades mais turísticas há ampla oferta de restaurantes. A culinária local, saborosa, é muito similar à árabe em geral, com iguarias como kebabs e koftas, tahine,
doces com mel e pistache e muitos sucos de fruta. Pombos recheados também são oferecidos
em muitos cardápios.
Mesmo no mês sagrado do Ramadã, quando os muçulmanos jejuam do nascer ao pôr-do-sol, é
possível fazer uma boa refeição na
hora do almoço nas regiões mais
turísticas. Deve-se apenas ser discreto e não comer ou beber na
rua, por questão de respeito.
Nas áreas mais turísticas e no
Cairo, é fácil pedir informações
em inglês.
Quanto à segurança, desde os
anos 90 turistas têm sido ocasionalmente alvo de ataques de extremistas, como o ocorrido no
templo de Hatshesput, em Luxor,
em 1997, e, no ano passado, no
balneário de Sharm el-Sheikh, no
Sinai. Mas o governo tem adotado
medidas de proteção aos turistas.
O resultado é um índice de criminalidade baixo, e é possível passear com tranqüilidade. Já o assédio de taxistas e vendedores pode
ser grande, o que exige muita paciência (leia mais na pág. F4).
De olho nesses detalhes, viajantes em excursões ou independentes têm a chance de desfrutar melhor de uma viagem que os faz se
deslocar por espaços e pelo tempo, do deserto ao rio, das tumbas
milenares aos souqs de hoje, ao
longo de milênios de história.
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