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Real forte eleva ida de brasileiros ao país
SOBE Os 525.271 turistas que saíram do Brasil rumo aos EUA em 2006 representaram aumento de 8% em relação a 2005
SILVIO CIOFFI
EDITOR DE TURISMO
Crítico feroz do governo norte-americano quando o assunto é a maneira que os visitantes
são tratados quando solicitam
o visto de entrada ou chegam
nos aeroportos dos EUA, Roger
Dow, presidente da Travel Industry Association of America
(TIA, associação que reúne a
indústria do turismo dos EUA),
organizadora do 39º Pow Wow,
divulgou que o Brasil foi, em
2006, o 10º maior emissor de
turistas para os EUA.
Maior evento especializado
da indústria de viagens nos
EUA, o Pow Wow terminou ontem e, entre os dias 21 e 25, reuniu mais de 5.000 profissionais
do setor, vindos de 70 países,
em Anaheim, na Califórnia.
De acordo com os números
divulgados (veja tabela), se fossem excluídos Canadá e México, países que fazem fronteira
com os EUA, o Brasil seria o 8º
no ranking, com 525.271 turistas (8% mais que em 2005).
A cotação forte do real frente
ao dólar (US$ 1 = R$ 2,03) certamente tem alavancado a presença de brasileiros nos EUA,
mas Dow lembra que, no tempo
da paridade entre as moedas, o
Brasil enviava cerca de 1 milhão
de turistas/ano ao país.
E, até 2000, a emissão de turistas brasileiros para o território norte-americano era a quinta maior no ranking mundial de
emissores, posição que foi
mantida, aliás, por toda a década de 1990.
O brasileiro é, no entanto,
um dos turistas que mais gastam em suas viagens aos EUA:
US$ 110/dia em média, excluindo aí tudo o que é pré-pago no
Brasil (passagens aéreas, pacotes de turismo e locações de automóveis, por exemplo).
Segundo os mesmos critérios, os turistas europeus gastam, em média, US$ 95/dia; já
os japoneses, no topo da lista,
deixam nos EUA US$ 130.
"Ao todo, recebemos nos
EUA 52 milhões de visitantes
estrangeiros em 2006, mas, em
2000, recebíamos 51 milhões
de turistas", disse o presidente
da TIA em entrevista exclusiva
à Folha.
A TIA existe há 65 anos e
congrega as principais empresas norte-americanas do setor
-grupos hoteleiros, companhias aéreas, parques temáticos, locadoras de automóveis,
empresas de cruzeiros marítimos, conventions & visitors
bureaus (órgãos oficiais de promoção turística) de cidades e
Estados, entre outras.
Seu acompanhamento estatístico monitora uma indústria
que, nos EUA, segundo Roger
Dow, faturou US$ 111 bilhões
no ano passado. Segundo dados
divulgados no Pow Wow, em
33 Estados norte-americanos,
o turismo é a primeira, a segunda ou a terceira principal fonte
direta de receita -o país tem,
ao todo, 50 Estados.
Nos Estados Unidos, 1 em cada 7 americanos trabalha diretamente com turismo. A essa
indústria é responsável pela
maior receita, por exemplo, na
Califórnia, na Flórida, no Colorado, no Arizona, em Nevada e
em Massachusetts.
Tempo perdido
Machucado desde os atentados terroristas do 11 de Setembro, em 2001, os EUA voltaram
só agora aos patamares de
2000, quando recebiam 7,5%
de todas os viajantes internacionais (hoje, a fatia de mercado do país é de 6,5%).
Atrás de países como a Franca e a Espanha em número de
visitantes internacionais, os
EUA, no entanto, são o país que
mais fatura com sua indústria
de viagens.
As projeções da TIA colocam
a República Popular da China
-hoje o quarto país que mais
recebe visitantes- no topo da
lista mundial até 2020.
Outra novidade comentada
na feira foi a criação da Discover America Partneship, associação privada que pretende arrecadar fundos junto à industria do turismo, ao Comitê
Olímpico do país, a empresas
de cartão de crédito e a determinados conventions & visitors bureaus para arrecadar
US$ 300 milhões, que seriam
gastos com marketing (US$
200 milhões), com equipamentos e pessoal nos consulados de
todo o mundo (US$ 50 milhões) e com contratação de
pessoal de imigração e confecção de material elucidativo que
seria exibido em TVs nos 20
principais aeroportos dos EUA
(US$ 50 milhões).
Atualmente, como país, os
EUA nada gastam com promoção turística. Já o Brasil, que sequer recebe 5 milhões de turistas/ano, gasta, através da Embratur, US$ 70 milhões/ano; a
Austrália gasta anualmente, em
promoção turística, US$ 150
milhões; as ilhas Fiji gastam,
também, US$ 70 milhões/ano;
já no Canadá, tal verba chega,
segundo a TIA, a anuais US$
110 milhões.
SILVIO CIOFFI viajou a convite da Travel Industry Association of America e da Continental
Airlines
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