São Paulo, quinta-feira, 26 de abril de 2007

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"É possível ter segurança sendo amigável"

FINO TRATO Presidente da TIA, Roger Dow defende que a Disney pode ensinar aeroportos a lidar com filas de modo cortês

DO EDITOR DE TURISMO

Roger Dow, 63, desde o final de 2005 na presidência da Travel Industry Association of America (TIA, associação que reúne a indústria do turismo dos EUA), chegou à abertura do 39º Pow Wow, em Anaheim, montado em um elefante asiático -Tai, o animal, tem 38 anos e pesa aproximadamente quatro toneladas. Depois, em entrevista exclusiva à Folha, admitiu que ficou um pouco apreensivo com a brincadeira, pois o paquiderme é, nos EUA, associado ao partido Republicano. "Ontem tentamos encontrar um burro [animal identificado com o partido Democrata], mas não foi possível, tivemos muito trabalho no evento", disse ele. Leia a seguir os principais trechos da entrevista. (SILVIO CIOFFI)
 

SEGURANÇA VERSUS SIMPATIA
"Em alguns dias teremos novidades. A TIA está reunindo recursos e fazendo, a curto prazo, lobby junto ao Senado e ao Congresso dos EUA para que melhorem a recepção aos turistas internacionais nos aeroportos do país e, também, para que a concessão de vistos em diversos países seja mais amigável. Em dois anos, estamos dispostos a gastar entre US$ 3 milhões e US$ 5 milhões para ajudar o governo a realizar essas mudanças.
É possível ter segurança e eficiência sendo menos rude e mais receptivo. Se há filas nos aeroportos, também há filas nos parques de diversão da Disney, que pode nos ajudar com seus conhecimentos. Cortesia também é fundamental. Grupos hoteleiros, como Marriott e Hilton, também têm esse know-how."

LOBISTAS E LOBBY
"O lobista-chefe da TIA, Charles "Chuck" Merin, é democrata. Mas também contratamos Stewart Verdery, que é republicano. Isso é absolutamente legítimo e regulamentado nos EUA. Você sabia que quando Ted Roosevelt era presidente, ele costumava espairecer indo ao hotel Willard, que ainda existe em Washington, diante da Casa Branca, e fumando charutos? As pessoas descobriram e iam lá no lobby para falar com ele, resolver seus problemas. Hoje os lobistas telefonam a congressistas para convencê-los a servir a certas causas -e ganham para isso."

MARÉ ALTA
"Comecei minha vida profissional como salva-vidas de um hotel Marriott em Nova Jersey. A rede tinha, então, seis unidades nos EUA. Quando deixei a hotelaria -era chefe de vendas globais-, a rede Marriott tinha 2,8 mil hotéis em todo o mundo. Hoje tem 3.000. Trabalhei lá por 34 anos."

GEORGE W. BUSH
"O mundo ficou complexo nos últimos 15 anos -e certamente mudou para sempre depois dos atentados terroristas do 11 de Setembro, em 2001. Eu acho que George Bush é um presidente de convicções e julgá-lo é extremamente difícil.
Quando Ronald Reagan era presidente, muita gente não o considerava bom. Mas hoje o julgamento geral é outro em relação ao período em que caiu o mundo de Berlim e a União Soviética se desintegrou. É muito difícil avaliar um presidente corretamente durante seu mandato. Meu trabalho diz respeito a apresentar soluções para problemas que vivenciamos na área de turismo. E, sim, temos problemas, mas vamos achar solução para o que for possível."


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