São Paulo, quinta-feira, 26 de abril de 2007

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mercadões

Em NY, mercado africano acessível chama ao Harlem

APAREÇA POR LÁ Linha vermelha do metrô deixa o turista na quadra do comércio, que fica ao norte do Central Park

ADALBERTO LEISTER FILHO
ENVIADO ESPECIAL A NOVA YORK

Dentre os passeios étnicos possíveis de fazer na cosmopolita Nova York, um dos mais bacanas é ao mercado do Harlem. O centro comercial de cultura negra fica no tradicional bairro, ao norte do Central Park. Ou seja, dá para engatá-lo após caminhada pela principal área verde de Manhattan.
Embora o bairro não seja dos mais seguros -especialmente à noite-, o lugar é de fácil acesso pelo metrô, cuja linha vermelha já deixa o turista quase na quadra do centro comercial. O mercado leva o nome de Malcolm Shabazz, em homenagem ao líder negro Malcolm X, assassinado no Harlem em 1965, que adotou o nome El-Hajj Malik Al-Shabazz ao se converter ao islamismo.
Quem gosta de experimentar o sabor local sentirá falta de lugares para comer. Procurei por todo o canto. Não existe. Por outro lado, com um pouco de sorte, dá para curtir boas improvisações musicais em troca de simples gorjetas. Não há horário para os músicos aparecerem. Sinta-se um privilegiado se conseguir acompanhar uma dessas apresentações.
Artesanato é o que não falta nas lojinhas bagunçadas e atulhadas de produtos. Se as lojas de Times Square praticam muitas vezes preços abusivos nas lembrancinhas, dá para economizar boas doletas em suvenires no mercado do Harlem. Há desde imagens de santos entalhadas em madeira e máscaras de vários tamanhos a trabalhos em tapeçaria e couro. As lojas também possuem farta variedade de camisetas com estampas dos principais pontos turísticos da cidade. Dá para comprá-las, dependendo do tipo, por preços entre US$ 4 e US$ 7. Uma pechincha.
O difícil é encontrar o tamanho "brasileiro". A maior parte das mercadorias é para o consumidor norte-americano, com tamanhos grande, extra-grande, extra-extra-grande e, acredite!, extra-extra-extra-grande. Os vendedores são para lá de simpáticos. É só se aproximar da loja ou mostrar interesse por um produto que logo puxam conversa, querem saber de onde o turista veio e oferecem novas mercadorias. É impossível sair sem carregar sacolas.
Entre os comerciantes, há gente de todos os cantos da África. Este repórter encontrou naturais de Guiné, da Nigéria, da África do Sul, da Costa do Marfim e de Gana.
Contudo, não leve máquina fotográfica. Além do perigo de assalto nas cercanias, a direção do mercado não gosta de fotos. Ao flagrar a reportagem da Folha portando uma, um dos responsáveis educadamente disse que era preciso pedir autorização e que o turista poderia tirar no máximo três fotos.


HARLEM MARKET - 52 West e 116th Street; diariamente, das 10h às 19h


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