São Paulo, quinta-feira, 26 de abril de 2007

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Valência revive como Barcelona-92

Melhores conexões aéreas e novos museus motivam cidade a passar a marca de 2 mi de turistas em 2007

DA ASSOCIATED PRESS

Esqueça Barcelona, Bilbao ou Sevilha. Agora os holofotes se voltam para Valência, a terceira maior cidade da Espanha.
Valência subiu no ranking de cidades mais visitadas desde que a equipe suíça Alinghi a escolheu para ser a sede a 32ª America's Cup, principal competição da vela -como atual campeã, a Suiça deveria abrigar a próxima edição, mas o país não tem mar.
O torneio, no entanto, é só parte de um agressivo plano de transformação urbana que começou há 19 anos para devolver o patrimônio arquitetônico local a seus moradores.
"Estar aqui pelos últimos 20 anos tem sido muito produtivo -a cidade mudou totalmente", afirma Jose Salinas, diretor do órgão de turismo de Valência desde 1991.
Os turistas responderam às mudanças da mesma forma que em Barcelona depois da Olimpíada de 1992 e em Bilbao depois da abertura do museu Guggenheim, desenhado por Frank Gehry em 1997.
Resultado: Valência teve o maior crescimento no número de turistas entre todas as cidades européias. O 1,6 milhão de turistas que foi à cidade em 2006 é cinco vezes mais que a quantidade que foi em 1992.
Melhores conexões aéreas, o aumento no número de leitos, de centros de convenções, de museus e de galerias de arte motivam a cidade a superar a marca dos 2 milhões de visitantes em 2007 -o que a colocaria em terceiro lugar no número de turistas na Espanha, atrás apenas de Madri e Barcelona.
A expectativa inclui um milhão de pessoas esperadas para a America's Cup. Mas, para muitos, foi o futurístico Palácio das Artes que cravou Valência no mapa do turismo.
Desenhado pelo arquiteto "superstar" Santiago Calatrava, nativo da cidade, o palácio de 250 milhões é parte de um complexo de museus e outras atrações chamado de Cidade das Artes e das Ciências.
Os prédios brancos com linhas futuristas (a maioria projetada por Calatrava) incluem um planetário, um aquário e o Palácio das Artes -uma casa de ópera que lembra chapéu de gladiador flutuante.
A cidade também ganhará três arranha-céus entre 220 metros e 301 metros, e um deles, de 81 andares, deverá se tornar o mais alto da Europa.
Durante seus 16 anos de mandato, a prefeita Rita Barbera supervisionou a renovação de 64 locais históricos de Valência, ao custo total de US$ 241 milhões.
O America's Cup deve gerar US$ 4,9 bilhões de receita e criar 40.770 empregos nos próximos oito anos na região.
Mesmo assim, nem todos estão contentes com as mudanças. "Para construir a infra-estrutura da America's Cup, nós destruímos o patrimônio. Estamos perdendo nossa identidade em troca de turismo", reclamou o bombeiro Juanjo Martinez, 43, enquanto observava iates no porto.


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