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Valência revive como Barcelona-92
Melhores conexões aéreas e novos museus motivam cidade a passar a marca de 2 mi de turistas em 2007
DA ASSOCIATED PRESS
Esqueça Barcelona, Bilbao
ou Sevilha. Agora os holofotes
se voltam para Valência, a terceira maior cidade da Espanha.
Valência subiu no ranking de
cidades mais visitadas desde
que a equipe suíça Alinghi a escolheu para ser a sede a 32ª
America's Cup, principal competição da vela -como atual
campeã, a Suiça deveria abrigar
a próxima edição, mas o país
não tem mar.
O torneio, no entanto, é só
parte de um agressivo plano de
transformação urbana que começou há 19 anos para devolver
o patrimônio arquitetônico local a seus moradores.
"Estar aqui pelos últimos 20
anos tem sido muito produtivo
-a cidade mudou totalmente",
afirma Jose Salinas, diretor do
órgão de turismo de Valência
desde 1991.
Os turistas responderam às
mudanças da mesma forma
que em Barcelona depois da
Olimpíada de 1992 e em Bilbao
depois da abertura do museu
Guggenheim, desenhado por
Frank Gehry em 1997.
Resultado: Valência teve o
maior crescimento no número
de turistas entre todas as cidades européias. O 1,6 milhão de
turistas que foi à cidade em
2006 é cinco vezes mais que a
quantidade que foi em 1992.
Melhores conexões aéreas, o
aumento no número de leitos,
de centros de convenções, de
museus e de galerias de arte
motivam a cidade a superar a
marca dos 2 milhões de visitantes em 2007 -o que a colocaria
em terceiro lugar no número de
turistas na Espanha, atrás apenas de Madri e Barcelona.
A expectativa inclui um milhão de pessoas esperadas para
a America's Cup. Mas, para
muitos, foi o futurístico Palácio
das Artes que cravou Valência
no mapa do turismo.
Desenhado pelo arquiteto
"superstar" Santiago Calatrava,
nativo da cidade, o palácio de
250 milhões é parte de um
complexo de museus e outras
atrações chamado de Cidade
das Artes e das Ciências.
Os prédios brancos com linhas futuristas (a maioria projetada por Calatrava) incluem
um planetário, um aquário e o
Palácio das Artes -uma casa de
ópera que lembra chapéu de
gladiador flutuante.
A cidade também ganhará
três arranha-céus entre 220
metros e 301 metros, e um deles, de 81 andares, deverá se
tornar o mais alto da Europa.
Durante seus 16 anos de
mandato, a prefeita Rita Barbera supervisionou a renovação
de 64 locais históricos de Valência, ao custo total de US$
241 milhões.
O America's Cup deve gerar
US$ 4,9 bilhões de receita e
criar 40.770 empregos nos próximos oito anos na região.
Mesmo assim, nem todos estão contentes com as mudanças. "Para construir a infra-estrutura da America's Cup, nós
destruímos o patrimônio. Estamos perdendo nossa identidade em troca de turismo", reclamou o bombeiro Juanjo Martinez, 43, enquanto observava iates no porto.
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