São Paulo, quinta-feira, 26 de maio de 2011

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Visto americano é tema no Pow Wow

Integrantes da delegação brasileira usam "botton" em feira nos EUA pedindo fim da exigência para brasileiros

Em 2010, brasileiros foram terceiro grupo na estatística dos turistas que mais gastaram em suas viagens aos EUA

SILVIO CIOFFI
EDITOR DE TURISMO, DE SAN FRANCISCO

A 43ª edição do Pow Wow, maior evento da indústria do turismo dos EUA, terminou ontem, em San Francisco (Califórnia), com acaloradas discussões sobre a inclusão do Brasil no programa Visa Waiver, que dispensa o visto de entrada a certos países.
Em 2010, o Brasil enviou aos EUA 1,2 milhão de viajantes -e foi o 5º do ranking, numa contagem que exclui Canadá e México, já que a estatística desconta o chamado "turismo de fronteira" e conta apenas turistas que chegam de avião ou de navio.
De acordo com previsões oficiais dos norte-americanos, o número de turistas vindos de China, Coreia do Sul e Brasil deve crescer significativamente nos próximos cinco anos: algo em torno de 6% a 8% a cada período de 12 meses.
De acordo com o Departamento de Comércio dos EUA, em 2011, cerca de 64 milhões de estrangeiros devem visitar o país e gastar US$ 144 bilhões em suas estadas.
Entre a delegação brasileira, muitos profissionais do setor de turismo portavam um "botton" com as bandeiras dos EUA e do Brasil e os dizeres "Visa Waiver Now!".
Roger Dow, presidente da U.S. Travel Association, que organiza o Pow Wow, e William "Bill" Talbert 3º, que preside o Greater Miami Convention and Visitors Bureau, concederam à Folha entrevistas exclusivas defendendo enfaticamente que brasileiros deveriam ser dispensados da necessidade de visto de entrada nos EUA.
Roger Dow afirmou que o segmento emprega milhões de trabalhadores norte-americanos, e disse ter informações de que administração do presidente Barack Obama está estudando o assunto seriamente.
Para ele, a demora de até 141 dias para que cidadãos brasileiros consigam o visto precisa vir à tona. "Quanto mais falarmos do assunto, mas rápido isso pode acontecer", disse, ressaltando que o Brasil foi, no ano passado, o terceiro país na estatística dos turistas que mais gastaram em suas viagens aos EUA (atrás apenas do Reino Unido e do Japão).
"Não estamos querendo em absoluto comprometer a segurança", afirmou Dow.
"Mas achamos que, além do Brasil, o Chile, por exemplo, também deve ser incluído no programa Visa Waiver".
Já Bill Talbert, salientando que o Brasil é uma das economias mais promissoras do mundo e está entre os maiores exportadores de turistas para os EUA, prevê que a barreira dos vistos pode ser removida em até um ano.
Outra personalidade do turismo norte-americano, Stephen Joyce, diretor da U.S. Travel Association e presidente da rede de hotéis Choice, disse no evento que há diversos congressistas do país pressionando para a remoção do visto de entrada nos EUA para brasileiros.
Como acordos assim são baseados em reciprocidade, os norte-americanos também seriam dispensados de visto para visitar o Brasil, aumentando o número de visitantes internacionais, que atualmente gira em torno de pouco mais de 5 milhões de pessoas -e cuja estatística oficial divulgada pela Embratur/Ministério do Turismo inclui visitantes que atravessam a fronteira e retornam.
Segundo Dow, o segmento de turismo é "o maior exportador" dos EUA e o último Pow Wow deve gerar, em futuras viagens de estrangeiros para os EUA, "entre US$ 3,4 bilhões e US$ 4 bilhões".

FOLHA.com
Veja cobertura completa do Pow Wow em
folha.com.br/turismo


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