São Paulo, quinta-feira, 26 de maio de 2011

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PLANET@ LETRA

Vila-Matas vaga por eras, obras e autores

"Dublinesca" tem a capital irlandesa como cenário, mas percorre diversos planos

DE SÃO PAULO

A três semanas do chamado "Bloomsday", festa que comemora, a cada 16 de junho, o famoso livro "Ulisses", de James Joyce, é difícil deixar de pensar em Dublin, cenário da obra, como destino literário por excelência.
E essa cidade permeada pela literatura é também onde se passa "Dublinesca", livro do catalão Enrique Vila-Matas lançado agora no Brasil pela Cosac Naify. Mas não espere a Dublin real, com seus marcos culturais e turísticos, nem alusões literárias centradas em Joyce.
Com Vila-Matas, nada é simples. Sua Dublin é permeada por eras e fantasmas, citações literárias e, claro, lugares reais, como a ponte O"Connell, de onde tantos turistas observam o rio Liffey.
"Dublinesca" conta a história de Samuel Riba, um editor de Barcelona que, ao completar 59 anos, se vê em uma crise existencial. Seu casamento não vai bem, sua editora faliu e, abstêmio há dois anos, deseja uma imersão na agitação frenética e cosmopolita de Nova York.
Por fim, vai parar mesmo é em Dublin, onde planeja fazer no "Bloomsday" um funeral, a cerimônia da passagem da era de Gutenberg para os tempos do Google.
E assim Vila-Matas nos leva por um passeio também pela literatura em si, em um jogo intrincado de alusões que começa já pelo título do livro, tomado de um poema do inglês Philip Larkin (1922-1985) que fala do cortejo funerário de uma prostituta.
Na vida real, Vila-Matas é um dos fundadores da Ordem dos Finnegans, com outros escritores, dedicada a cultuar a obra de Joyce. Em "Dublinesca", Riba consegue convencer três amigos a acompanhá-lo nesse funeral literário. O resultado é um livro assombrado e assombroso, a história de um homem que viaja buscando encontrar o fundo de seu oco.

DUBLINESCA
Enrique Vila-Matas
TRADUÇÃO José Rubens Siqueira
EDITORA Cosac Naify
QUANTO R$ 55 (320 págs.)




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