São Paulo, quinta-feira, 26 de junho de 2008

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A BOLA DA VEZ

Produção de vinho se concentra na Província do Cabo Ocidental, que tem Cidade do Cabo como capital

Região de vinícolas tem 16 rotas distintas

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
NA ÁFRICA DO SUL

A indústria do vinho na África do Sul é considerada a mais antiga do mundo fora da Europa -foi fundada em meados do século 17. Seus vinhedos são baseados principalmente na Província do Cabo Ocidental, que tem na Cidade do Cabo a sua capital.
A produção está concentrada nas cidades vizinhas de Stellenbosch, Franschhoek e Paarl, todas históricas e distantes menos de 80 quilômetros da Cidade do Cabo.
São mais de 200 vinícolas nas Winelands, ou Terras do Vinho, como é conhecida a região. A maior parte do cultivo vai para vinhos brancos, principalmente de chenin blanc, mas a África do Sul é também conhecida por ter dado origem à sua própria variedade de tinto, o pinotage.
Stellenbosch foi a primeira cidade produtora no país a instituir uma "wine route", ou rota do vinho, para facilitar a vida dos turistas, e hoje já são 16 rotas diferentes.
Mas até mesmo dentro dos limites da Cidade do Cabo é possível visitar algumas vinícolas famosas, espalhadas em vales nos contrafortes da montanha da Mesa.
A Groot Constantia é a maior delas. Fundada em 1685 pelo então governador Simon van der Stel, é atualmente a mais visitada da cidade.
Os turistas param aqui para apreciar a sede da fazenda, um belo exemplo de arquitetura colonial do cabo, ou "cape dutch", e principalmente para provar algumas das variedades disponíveis.
O vinho de Constantia já foi considerado um dos principais do mundo, no século 18, e arrebanhava apreciadores nas classes dominantes européias, caso de Napoleão, e na literatura, como o poeta francês Charles Baudelaire (1821-1867) e os escritores ingleses Charles Dickens (1812-1870) e Jane Austen (1775-1817).
Conhecido como "vin de Constance", este vinho doce, elaborado com uva da variedade muscat à petit grains, é produzido atualmente pela vinícola vizinha, Klein Constantia, que fazia parte originalmente das terras da Groot Constantia.
O vinho é vendido em garrafas assimétricas, réplicas das originais, que eram sopradas artesanalmente.
Outras vinícolas famosas em Constantia, bairro com casas de luxo e muito verde, incluem a Buitenverwachting e a Constantia Uitsig.
Durante o regime de segregação racial do apartheid, quando o país foi objeto de um embargo internacional, a indústria do vinho passou por um período de dificuldades, com safras de qualidade inferior e decadência generalizada. Por muito tempo vigorou a prática de pagar com vinho parte dos salários dos trabalhadores. As restrições de venda para negros do "licor do homem branco" caíram durante os anos 60, e atualmente a indústria passa por um momento de ressurgimento no mercado mundial. (PEDRO CARRILHO)


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