São Paulo, quinta-feira, 26 de junho de 2008

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A BOLA DA VEZ

Cidade está entre as mais violentas do mundo; os passeios pelo bairro Soweto são hoje muito procurados

Johannesburgo assusta os desavisados

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
NA ÁFRICA DO SUL

Mal o visitante chega ao Aeroporto Internacional de Johannesburgo e já fica evidente o esforço monumental que o país vem fazendo para modernizar sua infra-estrutura a tempo de receber a Copa do Mundo de 2010. Atualmente, o aeroporto passa por extensas obras de adequação, o que torna a chegada e a partida um tanto caóticas.
Johannesburgo é o coração financeiro e comercial do país. Uma espalhada conurbação de centros comerciais distintos, subúrbios opulentos e enormes townships (bairros e favelas de população negra e mestiça) entrecortados por vias expressas de trânsito intenso, a cidade não é das mais belas ou agradáveis em termos turísticos.
Assim como na Cidade do Cabo, o abismo social é chocante. As estatísticas da criminalidade colocam Johannesburgo entre as mais violentas cidades do mundo. Enquanto a elite, ainda majoritariamente branca, busca abrigo da violência nos modernos shopping centers e atrás de cercas elétricas, a maioria da população vive abaixo da linha de pobreza ou em miséria absoluta nas muitas townships que cercam a cidade, como Alexandra e Soweto.
Apesar de recentes tentativas de revitalização, o centro da cidade e os seus arredores, como Hillbrow e Yeoville, ainda são muito perigosos. Quem quiser arriscar um passeio deve redobrar a atenção e levar somente o essencial.
Entre as atrações da cidade, talvez a mais interessante seja o museu do Apartheid (www. apartheidmuseum.org). Logo na entrada o visitante recebe uma identificação de acordo com sua "raça" e entra por portas separadas. O museu detalha a história do antigo regime de segregação.
A cidade cresceu vertiginosamente com a descoberta de ouro na região no final do século 19 -em três anos, tornou-se a maior cidade do país. O inchaço prosseguiu século 20 adentro, com seguidas migrações em busca das oportunidades, o que deu origem aos enormes complexos de favelas.
Um dos passeios preferidos pelos turistas é justamente pelas townships do Soweto, lar de pelo menos 2 milhões e meio de habitantes, e a mais visitada comunidade negra do país. Em Soweto é possível visitar museus dedicados a história da luta contra o apartheid, encontrar tradicionais bares conhecidos como shebeens, restaurantes e ainda passar a noite em uma das mais de 30 pousadas que surgiram com o crescimento do turismo.
(PEDRO CARRILHO)


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