São Paulo, segunda-feira, 26 de agosto de 2002

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PEZINHO NA ESTRADA

Passageiros-mirins devem usar cadeirinha própria

Cantoria pode entreter criança em trajeto de carro

Arquivo Pessoal
Giulia Ribeiro Dominici, que já viajou para o Rio de carro, espia pela janela na subida da lagoa da Conceição em Florianópolis (SC)


DA REPORTAGEM LOCAL

Uma viagem de carro longa pode cansar mais um adulto do que um bebê, capaz de dormir praticamente o tempo todo, como aconteceu com Vitor Teixeira Pereira Bueno, que foi de São Paulo a Búzios (RJ) em nove horas quando tinha três meses, há um ano, e Giullia Sanzone Pipolo, que enfrentou sete horas de viagem até Joinville (SC) em julho, aos 11 meses. "O próprio balanço do carro embala a criança", diz a mãe de Vitor, Ana Luiza Teixeira.
O conforto da criança pequena pode ser assegurado se os pais tomarem pequenos cuidados, como viajar nos horários menos quentes, principalmente no verão, e manter sempre à mão água, para evitar desidratações, e os apetrechos comuns em sacolas de bebês, como fraldas, lencinhos umedecidos e uma muda de roupa.
Para evitar encrencas no caminho, vale a pena colocar no bebê uma fralda noturna, de longa duração, ao partir. Se mesmo assim o pequeno se sujar, é mais higiênico trocá-lo no próprio banco do carro, como fez a mãe de Giullia, Vanessa Xavier Sanzone Pipolo, porque o ambiente externo estava muito frio, registrando 9C.
Já as crianças mais velhas podem não dormir tanto e nesse caso devem levar passatempos, como revistinhas e brinquedos. A caminho de Guarapari (ES) no ano passado, os pais de Natália Bussolini de Souza, 4, compraram diversos brinquedos típicos da região e uma lousinha com giz para entretê-la, segundo o pai, Evanilson Corrêa de Souza. "E levamos muitos CDs infantis."
A música também foi o recurso utilizado pela família de Giulia Dominici, 4, durante o trajeto São Paulo-Rio. "Meus sogros e a Giulia cantaram músicas italianas o caminho inteiro", conta Gabriela, a mãe da menina.
Pequenas guloseimas ainda distraem os pimpolhos e matam uma fome repentina -no caso de bebês, é bom ter uma mamadeira acondicionada em isolantes térmicos. Vanessa costuma levar para as filhas, Giovanna, 5, e Giullia, 1, alimentos que não façam sujeira nem enjoem, como bolachas de água e sal.
Se a criança tem predisposição a enjôos ao viajar, a pediatra Renata Waksman, do hospital Albert Einstein, sugere o Dramin -pois "o Plazil pode intoxicar a criança"-, porém apenas a partir dos dois anos, porque o bebê fica tão sonolento ao ingerir o remédio que pode vomitar dormindo e se engasgar. Se a criança de até dois anos enjoa com frequência, Renata recomenda que ela não ingira nada líquido nem sólido até duas horas antes da partida.

Segurança
O mais importante ao transportar de carro uma criança -mesmo que o veículo não saia da cidade- é garantir sua segurança, pois 13% das mortes por qualquer tipo de acidente entre crianças de até quatro anos ocorrem com ocupantes de veículos, segundo a ONG Criança Segura.
Crianças com até 9 kg devem se instalar no bebê-conforto de costas para o movimento, de acordo com Camila Aloi, coordenadora da ONG em São Paulo.
Segundo ela, a cadeirinha serve como uma concha de proteção para o bebê virado de frente para o banco e impede que ele quebre o pescoço em caso de acidente, o que pode acontecer se ele não conseguir firmar a cabecinha no momento da batida, quando o seu corpo tende a ir para a frente.
Já quem pesa entre 9 kg e 18 kg deve se acomodar na cadeirinha de segurança de frente para o movimento. A criança deve utilizar o cinto da própria cadeirinha, que fica atada ao cinto do carro. "A cadeirinha só pode se deslocar até 2 cm", diz Camila.
Ela ainda orienta que as crianças com peso entre 18 kg e 36 kg utilizem um suporte de elevação para alcançar o cinto de três pontos do carro, caso contrário, o cinto passará pelo pescoço e pela barriga do passageiro -e não pelo ombro-, o que, num acidente, pode provocar esmagamento dos ossos. (MARISTELA DO VALLE)

Criança Segura - A ONG dá orientação a famílias para evitar qualquer tipo de acidente, incluindo os domésticos, pelo tel. 0/xx/11/3371-2382 e pelo site www.criancasegura.org.br.


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