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Lógica faz cidade crescer à esquerda
DO ENVIADO ESPECIAL
Em Lyon, tudo segue uma lógica temporal. Se a cidade nasceu
no alto da colina de Fourvière e
expandiu-se na Idade Média até
as margens do Saône, é no lado
esquerdo do rio que continua seu
crescimento na era moderna.
Chamada de Presqu'Île ("présquil"), que significa "quase ilha",
a área compreendida entre os rios
Saône e Ródano é a principal região comercial da cidade, contando com uma grande quantidade
de lojas de butiques, livrarias, cinemas e cafés.
É nela também que fica a praça
Bellecours, uma das maiores da
França, com um curioso monumento de Luís 14 sentado em um
cavalo sem sela. Contam os moradores que, por esse descuido, o rei
condenou à forca o escultor que o
havia desrespeitado.
Outra importante atração na
Presqu'Île é a bela praça Terreaux.
À noite, quando fontes de água
brotam do chão, suas principais
atrações têm as fachadas totalmente iluminadas.
Entre elas estão uma bela escultura do mesmo artista que produziu a estátua da Liberdade, em
Nova York, Bartholdi, o palácio
da prefeitura e o Museu de Belas
Artes de Lyon, o segundo maior
da França, construído em uma
antiga abadia beneditina.
Não muito longe da praça Terreaux, ao lado do prédio em que
foi projetado a primeira sessão de
cinema de que se tem conhecimento, pelos irmãos Lumière, fica
a famosa Ópera Nacional de
Lyon, exemplo raro de como se
pode obter harmonia mesclando
o clássico ao moderno.
Casas de seda
O último dos quatro bairros que
compõem a Lyon turística é a antiga área operária Croix Rousse,
com ladeiras íngremes e inúmeras casas de seda espalhadas por
seus quarteirões.
Detentor de parte importante
da história de Lyon, que mantém
o título de "cidade da seda" desde
o século 19, o bairro obteve o monopólio e foi estruturado para
comportar toda a produção de seda da França.
Um passeio pelas ruas do Croix
Rousse revela a quem visita a área
todo o processo de fiação e estampa desse tecido.
É possível encontrar em grande
parte das casas do bairro máquinas que eram utilizadas para a
confecção da seda à época da Revolução Industrial.
Hoje, mais do que conhecer como se produz os tecidos, muitos
turistas aproveitam para comprar
alguns exemplares das inúmeras
estampas feitas exclusivamente
no bairro lionês.
(CA)
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