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O PAÍS E O POETA
Mercado de Trípoli está entre os principais do país
Legado islâmico marca segunda maior cidade do Líbano e está visível em mesquitas e outras edificações
DO ENVIADO ESPECIAL AO LÍBANO
Segunda cidade do Líbano,
Trípoli -isso mesmo, além da
capital líbia, há essa cidade libanesa de mesmo nome- apresenta legado muçulmano visível nas diversas mesquitas, nos
caravançarais (grande abrigo,
no Oriente Médio, para hospedagem gratuita de caravanas),
nas escolas corânicas e na divisão dos mercados.
O "suq" (mercado) de Trípoli
é famoso em todo o país, com
seu claustro a céu aberto e lojas
nas laterais. Do período mameluco, concentra artigos os mais
diversos; artesãos, alfaiates, ourives e perfumistas reúnem-se
em um ambiente que se alterou
pouco nos últimos séculos.
Uma das mercadorias à venda é o sabão feito à base de azeite de oliva. É possível acompanhar seu processo de produção
e optar por um dos muitos aromas disponíveis: limão, cedro,
pinho e romã, entre outros.
A família Hassoun afirma
atuar no ramo há mais de 700
anos, no Khan al-Misriyyn,
área do mercado voltada à venda de sabonetes e cremes; o valor varia de 2.000 a 12 mil libras
libanesas (R$ 2,5 a R$ 15).
"Como os fenícios, sempre
viajamos e voltamos para a nossa terra de origem", diz Abdulwahad Hassoun, que fabrica o
sabonete Trablus (Trípoli, em
árabe). "O coração dos emigrantes é como o nosso. Precisa
manter o vínculo com as raízes,
por isso é comum recebermos
emigrantes, incluindo alguns
do Brasil, país que para nós representa uma família."
Em Trípoli, pode-se visitar a
cidadela Saint-Gilles, que domina a cidade desde a época das
Cruzadas. Seu estilo evidencia
intervenções arquitetônicas de
diversos períodos: uma construção octogonal da época fatímida (século 11), estruturas da
época dos cruzados (séc. 12 e
13), dos mamelucos (séc. 14) e
dos otomanos (séc. 16).
Al-Mina é o outro centro da
cidade e a região do porto. No
passado, a torre dos Leões protegia a cidade de ataques marítimos; hoje em dia, pode ser visitada.
(PDF)
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