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MUSEU DE TUDO
Palacete em NY abriga coleção de magnata do aço
Intimismo favorece visita a Frick Collection
LUCRECIA ZAPPI
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Nem escadas babilônicas nem
dezenas de turistas forçando ao
mesmo tempo a cordinha de segurança que protege uma obra de
arte. A Frick Collection, em Nova
York, um dos museus mais destacados do mundo, tem em sua escala diminuta um grande atrativo.
Próxima ao Metropolitan, a casa com vista para o Central Park
conserva o ar elegante que remete
ao tempo em que o magnata do
aço Henry Clay Frick (1849-1919)
morou lá.
Foram seus últimos cinco anos
de vida, época em que dividiu os
cômodos da residência com sua
coleção. Diferentemente de outros grandes museus, a Frick conserva a alma de seu colecionador.
A maneira de dispor as obras
pelas 16 galerias da casa são um
jogo de analogias entre as obras,
sem importar o vínculo histórico
ou estilístico entre elas, como retratos de um mesmo personagem
pintados por vários artistas.
Da imensa lista de mestres italianos que Frick carregou para
seu casarão de estilo neoclássico
francês, valem ser destacados, entre outros, a famosa tela de Giovanni Bellini (c.1450-1516), "Êxtase de São Francisco" ou "São João
o Evangelista", de Piero della
Francesca (1416-1492).
Além de outros nomes consagrados da pintura, como Vermeer, Goya, Rembrandt, ou mesmo uma sala especial só com pinturas de Jean-Honoré Fragonard,
chamada de "O Progresso do
Amor", há esculturas e peças de
arte decorativa espalhadas por todos os ambientes da casa.
Apesar disso, vasos chineses, tapetes, lareiras de mármore e
afrescos distribuídos em algumas
paredes não chegam a fazer tropeçar o olhar de quem quer ver
arte. Ao contrário. A atmosfera
mais intimista de bancos, jardins
e objetos, que não chegam a ser
invasivos na cena, só favorece a
reflexão entre uma obra e outra.
Bronze
Apesar de a coleção permanente
ser o grande atrativo da casa, a
Frick Collection organiza também exposições temporárias.
Amanhã será inaugurada a mostra "Bronzes Europeus da Coleção Quentin", com 40 estatuetas
européias dos séculos 15 ao 18.
É a primeira vez que a coleção
será mostrada ao grande público.
A mostra vai até 2 de janeiro e traz
peças de mestres italianos como
Giambologna e Antonio Susini.
FRICK COLLECTION - East 70th Street.
De terça a sábado, das 10h às 18h, e aos
domingos, das 13h às 18h. Entrada: US$
12; www.frick.org.
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