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ANDINA
Museus, casas e igrejas coloniais, restaurantes e catedral esculpida em sal justificam a visita à capital colombiana
Bogotá e arredores valem mais que escala
DO ENVIADO ESPECIAL A BOGOTÁ
Viajar para a Colômbia, especialmente para o interior do país,
pode causar espanto ao turista,
especialmente por causa das notícias sobre a violência. No caso de
Bogotá, a imagem é ainda pior-
estereótipo, porém, que se desmonta quando se conhece a capital colombiana.
Organizada, com largas avenidas e muitos espaços públicos de
recreação, como parques, Bogotá
oferece atrações históricas e culturais, além de uma noite surpreendentemente agitada.
Em um planalto da cordilheira
oriental dos Andes, a cidade está
2.640 m acima do nível do mar e
tem temperatura média anual de
14C. A população está estimada
em 7 milhões de habitantes.
No bairro da Candelária fica o
centro histórico. Ruas estreitas e
bem conservadas concentram dezenas de edificações históricas,
museus, como a Casa da Moeda/
Banco da República e o Museu do
Ouro, além de casas coloniais.
O Museu do Ouro ostenta mais
de 50 mil peças, a maioria produzida com o metal, desde a época
pré-colombiana, e é um dos principais do mundo desse gênero.
Na Casa da Moeda/Banco da
República está o museu Donación
Botero, coleção de obras de arte
do artista plástico colombiano
Fernando Botero. O acervo vai
bem além de quadros de sua autoria: reúne exemplares de Picasso,
Corot, Henry Moore e dezenas de
outros nomes da história da arte.
Há ainda a praça Bolívar (em
homenagem ao libertador de inúmeros países da América do Sul,
Simón Bolívar), palco de desfiles,
manifestações e comemorações
dos cachacos, como são conhecidos os nativos de Bogotá.
A praça, que tem uma estátua
em homenagem a Bolívar, está rodeada pelas sedes dos Poderes colombianos, como o Capitólio (onde estão o Senado e a Câmara), o
Palácio da Justiça e a prefeitura,
sem contar a catedral Primada, de
1814. A sede do governo, o Palácio
de Nariño, está próxima ao local.
Ao norte da cidade fica a praça
de Touros de Santa Maria, onde,
até hoje, é realizada uma temporada de touradas. A poucos quilômetros, a estação de funicular
-ou teleférico- é ponto de partida para passeio ao topo do morro de Montserrat, cerca de 3.150 m
acima do nível do mar. No topo,
vê-se Bogotá inteira e visita-se o
santuário do Senhor Caído, erguido em meados do século 17 - a
cidade foi fundada em 1538.
Experimente a noite de Bogotá
indo ao bairro Rosa, que concentra bares, restaurantes e discotecas. Mas o programa mesmo é
passear pelas ruas cheias de gente
e, aparentemente, seguras. Rosa é
uma espécie de quadrilátero com
mais de dez quarteirões de lado,
com turmas de amigos, casais e
até famílias com crianças pequenas pelas calçadas.
Catedral de sal
Uma das principais atrações
históricas fica, no entanto, fora de
Bogotá: é a nova catedral de sal de
Zipaquirá, cidade a cerca de 45
km da capital. O preço da entrada
é de 10 mil pesos colombianos, algo em torno de R$ 12.
A catedral atual foi construída
na mesma área da primeira
-dentro de minas de sal. A original funcionou por cerca de 40
anos, do início dos anos 50 até
1992. Foi fechada por segurança,
uma vez que suas paredes estavam muito perto da "capa" vegetal da montanha em que está localizada, devido à umidade. No fim
de 1995, foi aberta a nova catedral.
Na obra de 8.500 m2 destacam-se réplicas da via-crúcis -são 14
estações, com cruzes e inscrições
que relatam a morte de Jesus-,
esculturas esculpidas nas rochas
de sal, naves que representam,
por exemplo, a Criação, Deus e o
homem, colunas de 8 m de diâmetro e uma cruz com 16 m.
Da porta à parte final da catedral são 750 m. Leva-se mais de
uma hora, em visita guiada, até o
ponto que fica 33 m abaixo do nível da entrada e 180 m abaixo do
topo do morro que a abriga, sob
penumbra -quebrada só por jogos de luzes a cada escultura, cruz
ou ambiente. Na catedral, há, ainda, um centro de convenções.
(MARCELO SAKATE)
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