São Paulo, quinta-feira, 27 de outubro de 2011

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Gardel, expoente do ritmo, vem de bairro operário

DA ENVIADA A BUENOS AIRES

Carlos Gardel (1890-1935) foi o responsável pela disseminação do tango como um ritmo de angústia e calidez.
Não se sabe se Gardel realmente era argentino ou uruguaio, e há quem diga que o cantor, cujo nome verdadeiro seria Charles Gardes, nasceu na França.
Mas o fato é que foi ele o criador de uma suíte musical no ritmo tipicamente argentino, influenciado por óperas, música "criolla" e zarzuela (estilo teatral que inclui canto e música). O tango, em si, era incipiente no final do século 19.
Sua voz de barítono logo conquistou a boemia do bairro operário e imigrante Abasto, onde morava, versando sobre temas como saudades da terra natal, perdas amorosas e outras angústias humanas -"quero embriagar meu coração/para esquecer um amor louco/mais que amor, é sofrimento", lamuriou ele na música "Nostalgias".
Graças à imigração europeia no começo do século passado, o tango se popularizou e passou de dança exótica recorrente nos prostíbulos de Buenos Aires para uma música cujas bases têm elementos africanos e um instrumento de fole de origem alemã, o bandônion.
Na dança, a condução dos passos duros e viris sempre é feita pelo homem, o que faz do tango um ritmo no qual a submissão feminina é uma das características. Ato de entrega e paixão, garantem os adeptos.
Gardel, que outrora foi tratado desdenhosamente de "moreno do Abasto", hoje é unanimidade no país, e possui um museu que o homenageia (bit.ly/gard00).



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