|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ÀS MARGENS DO NILO
A 900 km do Cairo, local é ideal para ver o poente às margens do rio onde a civilização egípcia floresceu
Assuã trasladou ruínas de 4.300 anos
DA ENVIADA ESPECIAL
Assuã (a 900 km do Cairo)
está localizada ao norte das antigas cataratas do Nilo, uma
barreira natural contra os invasores. A cidade era a última
fronteira ao sul do Egito antigo
e tinha importância estratégica
na defesa do território.
Atualmente, Assuã é uma cidade tranquila, ideal para descansar e apreciar o pôr do sol a
bordo de uma feluca -tradicional barco a vela do Nilo- ou no
calçadão à beira-rio.
Foi em Assuã, mais precisamente no antigo hotel Old Cataract, que a inglesa Agatha
Christie escreveu boa parte do
livro "Morte no Nilo", uma de
suas mais conhecidas obras. O
hotel deverá ser reaberto em
maio, após uma reforma.
Como na maioria das cidades
do Egito, o rio Nilo é o centro de
atração de Assuã. A ilha Elefantina, em frente ao centro da cidade, tem vestígios e ruínas da
antiga Abu, primeira cidade
construída no local, há cerca de
4.300 anos.
Há também na ilha um dos
vários nilômetros espalhados
pelo país-estrutura utilizada
na Antiguidade para medir o
nível do rio na cheia e estimar a
produção agrícola seguinte.
O souk (mercado) de Assuã é
um dos maiores do Egito. Há
uma grande variedade de galabeias (camisolões típicos), batas, especiarias e suvernires. É
um bom passeio, principalmente para a noite, quando a
temperatura cai um pouco.
A ilha de Filae, nos arredores
de Assuã, é um complexo de
templos e pavilhões, construído sob influência de várias culturas a partir do século 4º a.C..
A construção mais antiga é o
pavilhão de Nectanebo, último
faraó nativo do Egito. Sob o domínio dos gregos, entre os séculos 3 e 2 a.C., foi construído o
templo dedicado à deusa Ísis, o
maior da ilha. Os imperadores
romanos Trajano e Dioclesiano, que dominaram o Egito a
partir do século 1º da era cristã,
também construíram templos
no local. Mais tarde, cristãos
entalharam pequenas cruzes
nas paredes dos templos, ao lado de deuses pagãos, que tiveram os rostos raspados.
Há ainda nas paredes inscrições feitas por soldados de Napoleão, que estiveram na ilha
no século 18.
O complexo de Filae estava
originalmente em uma outra
ilha, que ficou complemente
submersa com a construção da
nova represa de Assuã, na década de 1970. A Unesco coordenou um trabalho internacional
que transferiu os monumentos
ameaçados pela represa para
outros locais nas imediações.
(SILVIA FREIRE)
Texto Anterior: Em Luxor, tire um dia inteiro só para admirar Karnak Próximo Texto: Pacotes para o Egito Índice
|