São Paulo, quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

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ÀS MARGENS DO NILO
A 900 km do Cairo, local é ideal para ver o poente às margens do rio onde a civilização egípcia floresceu

Assuã trasladou ruínas de 4.300 anos

DA ENVIADA ESPECIAL

Assuã (a 900 km do Cairo) está localizada ao norte das antigas cataratas do Nilo, uma barreira natural contra os invasores. A cidade era a última fronteira ao sul do Egito antigo e tinha importância estratégica na defesa do território.
Atualmente, Assuã é uma cidade tranquila, ideal para descansar e apreciar o pôr do sol a bordo de uma feluca -tradicional barco a vela do Nilo- ou no calçadão à beira-rio.
Foi em Assuã, mais precisamente no antigo hotel Old Cataract, que a inglesa Agatha Christie escreveu boa parte do livro "Morte no Nilo", uma de suas mais conhecidas obras. O hotel deverá ser reaberto em maio, após uma reforma.
Como na maioria das cidades do Egito, o rio Nilo é o centro de atração de Assuã. A ilha Elefantina, em frente ao centro da cidade, tem vestígios e ruínas da antiga Abu, primeira cidade construída no local, há cerca de 4.300 anos.
Há também na ilha um dos vários nilômetros espalhados pelo país-estrutura utilizada na Antiguidade para medir o nível do rio na cheia e estimar a produção agrícola seguinte.
O souk (mercado) de Assuã é um dos maiores do Egito. Há uma grande variedade de galabeias (camisolões típicos), batas, especiarias e suvernires. É um bom passeio, principalmente para a noite, quando a temperatura cai um pouco.
A ilha de Filae, nos arredores de Assuã, é um complexo de templos e pavilhões, construído sob influência de várias culturas a partir do século 4º a.C.. A construção mais antiga é o pavilhão de Nectanebo, último faraó nativo do Egito. Sob o domínio dos gregos, entre os séculos 3 e 2 a.C., foi construído o templo dedicado à deusa Ísis, o maior da ilha. Os imperadores romanos Trajano e Dioclesiano, que dominaram o Egito a partir do século 1º da era cristã, também construíram templos no local. Mais tarde, cristãos entalharam pequenas cruzes nas paredes dos templos, ao lado de deuses pagãos, que tiveram os rostos raspados.
Há ainda nas paredes inscrições feitas por soldados de Napoleão, que estiveram na ilha no século 18.
O complexo de Filae estava originalmente em uma outra ilha, que ficou complemente submersa com a construção da nova represa de Assuã, na década de 1970. A Unesco coordenou um trabalho internacional que transferiu os monumentos ameaçados pela represa para outros locais nas imediações. (SILVIA FREIRE)


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