São Paulo, quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

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internacional

Companhia retira vitral reconhecido como obra de arte

VIDRO DESPEDAÇADO American Airlines já começou a desmontar painéis da janela considerada um de seus símbolos

DA ASSOCIATED PRESS

Ela era considerada a janela mais comprida do mundo quando seus painéis vermelhos, roxos e cor de safira foram revelados aos passageiros do aeroporto internacional JFK, em Nova York, em 1960.
Artistas a aclamaram como a mais importante obra de vidro nos Estados Unidos. Mas a American Airlines, em silêncio, começou a desmontar os 900 painéis da janela que ocupa a fachada do seu terminal no JFK na semana passada.
Muitos museus pediram para expor a janela, que tem mais de 90 metros de comprimento e sete metros de altura. A companhia aérea alegou que removê-la em uma peça só, transportá-la assim e armazená-la custaria milhões de dólares.
"Não é necessariamente o desfecho que todos esperavam", disse o porta-voz da companhia, Tim Smith, na quarta-feira. "Mas quaisquer outras soluções seriam extraordinariamente caras e impossíveis." Ele também afirmou que nenhum museu se ofereceu para expor a peça inteira.
Pequenas peças da janela serão expostas em vitrines no piso do terminal da companhia em Forth Worth, Texas. Outras peças serão expostas em um museu de Long Island. O resto será doado a uma empresa de recuperação de antiguidades.
"A janela era a identidade visual da American Airlines. Jogá-la fora dessa forma é incrivelmente desrespeitoso", diz Kenneth vonRoenn, arquiteto de Louisville, Kentucky.
Robert Sowers criou a fachada quando o terminal da companhia foi inaugurado, há 48 anos. Na época, o aeroporto era conhecido como Idlewild.
"Eu não conheço outro prédio que tenha sido desenhado com uma fachada inteira tomada por uma enorme obra gráfica como aquela", afirmou Ed Carpenter, um artista de vidro temperado de Portland, Oregon. VonRoenn afirmou que a peça "abriu caminho para a criação contemporânea em vidro nos EUA".
Há décadas a companhia aérea anuncia os planos de construir um terminal novo e maior no aeroporto.
Com um gasto de US$ 1,3 bilhão, ele foi inaugurado no último verão, depois de anos de discussão sobre o que fazer, posteriormente, com a janela. A proposta de fragmentar o vidro e converter os pedaços em chaveiros para os funcionários virou piada e foi rejeitada.
Eileen Clifford, 29, comissária de bordo da companhia, original de Long Island, afirmou que o vitral era um marco. Ela chamou dúzias de grupos de conservação, pedindo a museus como o Smithsonian para preservar a obra e expô-la.
"É muito grande", diziam a ela, que contou que o museu Cradle of Aviation, em Garden City, concordou em levar a janela, mas disse que, provavelmente, só conseguiria usar uma pequena parte dela.
A companhia vai demolir o prédio em que a janela está e usará o espaço vazio para guardar equipamentos e máquinas. A previsão é a de que em aproximadamente três semanas a remoção da peça seja concluída. A companhia irá então escolher quais pedaços-de cerca de 60 cm por 1,20 m - vai separar para expor em três diferentes vitrines no novo terminal.


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