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internacional
Companhia retira vitral reconhecido como obra de arte
VIDRO DESPEDAÇADO American Airlines já começou a desmontar painéis da janela considerada um de seus símbolos
DA ASSOCIATED PRESS
Ela era considerada a janela
mais comprida do mundo
quando seus painéis vermelhos, roxos e cor de safira foram
revelados aos passageiros do
aeroporto internacional JFK,
em Nova York, em 1960.
Artistas a aclamaram como a
mais importante obra de vidro
nos Estados Unidos. Mas a
American Airlines, em silêncio,
começou a desmontar os 900
painéis da janela que ocupa a
fachada do seu terminal no
JFK na semana passada.
Muitos museus pediram para
expor a janela, que tem mais de
90 metros de comprimento e
sete metros de altura. A companhia aérea alegou que removê-la em uma peça só, transportá-la assim e armazená-la custaria
milhões de dólares.
"Não é necessariamente o
desfecho que todos esperavam", disse o porta-voz da companhia, Tim Smith, na quarta-feira. "Mas quaisquer outras
soluções seriam extraordinariamente caras e impossíveis."
Ele também afirmou que nenhum museu se ofereceu para
expor a peça inteira.
Pequenas peças da janela serão expostas em vitrines no piso do terminal da companhia
em Forth Worth, Texas. Outras
peças serão expostas em um
museu de Long Island. O resto
será doado a uma empresa de
recuperação de antiguidades.
"A janela era a identidade visual da American Airlines. Jogá-la fora dessa forma é incrivelmente desrespeitoso", diz
Kenneth vonRoenn, arquiteto
de Louisville, Kentucky.
Robert Sowers criou a fachada quando o terminal da companhia foi inaugurado, há 48
anos. Na época, o aeroporto era
conhecido como Idlewild.
"Eu não conheço outro prédio que tenha sido desenhado
com uma fachada inteira tomada por uma enorme obra gráfica como aquela", afirmou Ed
Carpenter, um artista de vidro
temperado de Portland, Oregon. VonRoenn afirmou que a
peça "abriu caminho para a
criação contemporânea em vidro nos EUA".
Há décadas a companhia aérea anuncia os planos de construir um terminal novo e maior
no aeroporto.
Com um gasto de US$ 1,3 bilhão, ele foi inaugurado no último verão, depois de anos de
discussão sobre o que fazer,
posteriormente, com a janela.
A proposta de fragmentar o vidro e converter os pedaços em
chaveiros para os funcionários
virou piada e foi rejeitada.
Eileen Clifford, 29, comissária de bordo da companhia, original de Long Island, afirmou
que o vitral era um marco. Ela
chamou dúzias de grupos de
conservação, pedindo a museus
como o Smithsonian para preservar a obra e expô-la.
"É muito grande", diziam a
ela, que contou que o museu
Cradle of Aviation, em Garden
City, concordou em levar a janela, mas disse que, provavelmente, só conseguiria usar uma
pequena parte dela.
A companhia vai demolir o
prédio em que a janela está e
usará o espaço vazio para guardar equipamentos e máquinas.
A previsão é a de que em aproximadamente três semanas a
remoção da peça seja concluída. A companhia irá então escolher quais pedaços-de cerca de
60 cm por 1,20 m - vai separar
para expor em três diferentes
vitrines no novo terminal.
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