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São Paulo, segunda-feira, 28 de abril de 2003

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Moeda em US$ cunhada no Equador só vale lá

DO ENVIADO ESPECIAL

Descobrir os encantos de Galápagos e as construções históricas de Quito requer um certo poder aquisitivo, pois a economia do Equador, totalmente dolarizada, transformou o país num dos lugares mais caros da América Latina.
Uma Coca-Cola custa US$ 1, um Big Mac, US$ 4, o café da manhã do hotel Hilton sai por US$ 14, mais taxas. Por isso, mesmo que o viajante adquira um pacote turístico, deve pensar nos gastos em dólar que terá ao chegar ao país.
O Equador é um país eminentemente agrícola e só importa trigo quando a safra vai mal. Também produz petróleo e já fez parte da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
Depois de gastos sucessivos em guerras por território (o Equador selou acordo de paz por disputas territoriais com o Peru em 1998, em Brasília) e de uma inflação galopante durante décadas, a economia quebrou.
Em 1999, o ex-presidente Jamil Mauhad decretou feriado bancário e confiscou todo o dinheiro que estava depositado nos bancos. Por 12 dias os bancos não funcionaram. A população ficou sem dinheiro para comprar comida, abastecer os carros ou pagar uma passagem de ônibus.
O país parou. Diferentemente dos argentinos, o povo equatoriano, com sua paciência indígena, não fez grandes protestos, panelaços, saques ou quebra-quebras.
Em fevereiro de 2000, a moeda do país passou a ser o dólar norte-americano. Desde então, o Equador cunha apenas moedas de centavos de dólares, que só valem lá. Com o país mergulhado numa recessão profunda e com o sistema financeiro falido, ninguém mais deposita dinheiro em banco. A cesta básica custa US$ 253, e o valor do salário mínimo é US$ 80.
O índice de desemprego está em torno de 20%. Cerca de 1,5 milhão de habitantes de uma nação de 12 milhões emigraram, e hoje a segunda maior fonte de renda do país são os dólares que os parentes mandam da Espanha, dos EUA e do Japão. (AG)


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