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Moeda em US$ cunhada no Equador só vale lá
DO ENVIADO ESPECIAL
Descobrir os encantos de Galápagos e as construções históricas
de Quito requer um certo poder
aquisitivo, pois a economia do
Equador, totalmente dolarizada,
transformou o país num dos lugares mais caros da América Latina.
Uma Coca-Cola custa US$ 1, um
Big Mac, US$ 4, o café da manhã
do hotel Hilton sai por US$ 14,
mais taxas. Por isso, mesmo que o
viajante adquira um pacote turístico, deve pensar nos gastos em
dólar que terá ao chegar ao país.
O Equador é um país eminentemente agrícola e só importa trigo
quando a safra vai mal. Também
produz petróleo e já fez parte da
Opep (Organização dos Países
Exportadores de Petróleo).
Depois de gastos sucessivos em
guerras por território (o Equador
selou acordo de paz por disputas
territoriais com o Peru em 1998,
em Brasília) e de uma inflação galopante durante décadas, a economia quebrou.
Em 1999, o ex-presidente Jamil
Mauhad decretou feriado bancário e confiscou todo o dinheiro
que estava depositado nos bancos. Por 12 dias os bancos não
funcionaram. A população ficou
sem dinheiro para comprar comida, abastecer os carros ou pagar
uma passagem de ônibus.
O país parou. Diferentemente
dos argentinos, o povo equatoriano, com sua paciência indígena,
não fez grandes protestos, panelaços, saques ou quebra-quebras.
Em fevereiro de 2000, a moeda
do país passou a ser o dólar norte-americano. Desde então, o Equador cunha apenas moedas de centavos de dólares, que só valem lá.
Com o país mergulhado numa recessão profunda e com o sistema
financeiro falido, ninguém mais
deposita dinheiro em banco. A
cesta básica custa US$ 253, e o valor do salário mínimo é US$ 80.
O índice de desemprego está em
torno de 20%. Cerca de 1,5 milhão
de habitantes de uma nação de 12
milhões emigraram, e hoje a segunda maior fonte de renda do
país são os dólares que os parentes mandam da Espanha, dos
EUA e do Japão.
(AG)
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