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MADRI
Por um passe que custa 13,90, um ônibus de dois andares conduz o turista a três roteiros detalhados em gravação
Espírito de movimento toma a capital
DO ENVIADO ESPECIAL À ESPANHA
O cineasta Pedro Almodóvar,
figura ligada à capital espanhola, é
tido por alguém que ressinalizou
o espírito da chamada "movida"
madrilena -nome dado ao período de efervescência cultural
que, nos anos 80, caracterizou a
redemocratização do país.
Na concorrência com Barcelona, no início dos anos 90, Madri
mergulhou numa tênue decadência. Mas agora, modernizada para
o século 21, está mais alegre e agitada do que nunca.
A capital tem, aliás, 21 "barrios".
E se move até tarde da noite em
lugares como a Puerta del Sol. A
oeste dali, a Plaza Mayor também
tem sempre movimento.
Já a zona dos museus, no entorno do Museu de la Castellana, é
ideal para ser visitada à luz do dia.
Um corredor de 6 km, no sentido norte-sul, pode ser percorrido
no ônibus de dois andares da Madrid Vision (www.madridvision.es), que por dois dias consecutivos custa 13,60, dando ao visitante o direito de descer e subir
quantas vezes for necessário para
explorar os locais descritos numa
gravação. Três roteiros -o histórico, o moderno e o monumental- se entrecruzam.
Comer e beber
Entre os restaurantes, a oferta
junta desde bares anônimos, como a Vinoteca Barbechera, na calle Príncipe, 27, que serve vinhos
em taça e tapas castiços, até o restaurante Botín, o mais antigo do
mundo segundo o livro Guinness.
Desde 1725, o restaurante Botín
tem filas infinitas no jantar e pouca gente no almoço. A poucos
passos da Plaza Mayor, na Cuchilleros, 17, esse estabelecimento
histórico serve um excelente leitão assado ("cochinillo") e um
cordeiro igualmente substancioso, acompanhados de batatas assadas com casca.
A Casa Lucio, na Cava Baja, 35,
no bairro de Madrid Antigo, é
uma das tabernas preferidas do
rei Juan Carlos. As especialidades
da casa são os pratos populares, as
carnes, os ovos estrelados, os peixes e os frutos do mar.
No capítulo badalação, o La
Broche, na Miguel Angel, 29, comandado pelo chef Sergi Arola,
discípulo do cozinheiro-alquimista-fashion Ferrán Adriá, o
mais festejado da Espanha atualmente, serve comida a preços às
vezes estratosféricos.
Com dois ambientes, um bar
para comer bolinhos de bacalhau
de pé no balcão e outro com jeito
de bistrô, o Casa Labra, na Puerta
del Sol, ao lado da loja de departamentos El Corte Inglés de Preciados, foi o restaurante da era Felipe
González. O Partido Socialista
Operário Espanhol (PSOE) foi
fundado lá. Isso há 125 anos.
Já o Lhardy (carrera de San Jeronimo, 8), também nos arredores da Puerta del Sol e do Congresso, é outro dos restaurantes
mais velhos de Madri -e remonta a 1830. Ao lado desse restaurante classudo funciona uma delicatessen onde é possível tomar uma
sopa ou beliscar canapés.
A dobradinha ("callos"), típica
de Madri, também faz a festa dos
mais ousados em matéria de exotismos gastronômicos. Indo desde a praça de Santa Ana até o
Congresso dos Deputados na calle de Jesús, ao lado do hotel Palace, está La Taberna de Dolores. O
restaurante serve uma das melhores tapas e cervejas de Madri.
Outro local ligado ao ultracontemporâneo chef Ferrán Adriá é o
Fast Good, na calle Padre Damián, 23, no bairro Chamartín.
Ali sanduíches e saladas são servidos num ambiente retrofuturista,
que combina materiais e jogos de
luzes dos mais modernos.
(SC)
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