São Paulo, quinta-feira, 28 de abril de 2005

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MADRI

Por um passe que custa 13,90, um ônibus de dois andares conduz o turista a três roteiros detalhados em gravação

Espírito de movimento toma a capital

DO ENVIADO ESPECIAL À ESPANHA

O cineasta Pedro Almodóvar, figura ligada à capital espanhola, é tido por alguém que ressinalizou o espírito da chamada "movida" madrilena -nome dado ao período de efervescência cultural que, nos anos 80, caracterizou a redemocratização do país.
Na concorrência com Barcelona, no início dos anos 90, Madri mergulhou numa tênue decadência. Mas agora, modernizada para o século 21, está mais alegre e agitada do que nunca.
A capital tem, aliás, 21 "barrios".
E se move até tarde da noite em lugares como a Puerta del Sol. A oeste dali, a Plaza Mayor também tem sempre movimento.
Já a zona dos museus, no entorno do Museu de la Castellana, é ideal para ser visitada à luz do dia.
Um corredor de 6 km, no sentido norte-sul, pode ser percorrido no ônibus de dois andares da Madrid Vision (www.madridvision.es), que por dois dias consecutivos custa 13,60, dando ao visitante o direito de descer e subir quantas vezes for necessário para explorar os locais descritos numa gravação. Três roteiros -o histórico, o moderno e o monumental- se entrecruzam.

Comer e beber
Entre os restaurantes, a oferta junta desde bares anônimos, como a Vinoteca Barbechera, na calle Príncipe, 27, que serve vinhos em taça e tapas castiços, até o restaurante Botín, o mais antigo do mundo segundo o livro Guinness.
Desde 1725, o restaurante Botín tem filas infinitas no jantar e pouca gente no almoço. A poucos passos da Plaza Mayor, na Cuchilleros, 17, esse estabelecimento histórico serve um excelente leitão assado ("cochinillo") e um cordeiro igualmente substancioso, acompanhados de batatas assadas com casca.
A Casa Lucio, na Cava Baja, 35, no bairro de Madrid Antigo, é uma das tabernas preferidas do rei Juan Carlos. As especialidades da casa são os pratos populares, as carnes, os ovos estrelados, os peixes e os frutos do mar.
No capítulo badalação, o La Broche, na Miguel Angel, 29, comandado pelo chef Sergi Arola, discípulo do cozinheiro-alquimista-fashion Ferrán Adriá, o mais festejado da Espanha atualmente, serve comida a preços às vezes estratosféricos.
Com dois ambientes, um bar para comer bolinhos de bacalhau de pé no balcão e outro com jeito de bistrô, o Casa Labra, na Puerta del Sol, ao lado da loja de departamentos El Corte Inglés de Preciados, foi o restaurante da era Felipe González. O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) foi fundado lá. Isso há 125 anos.
Já o Lhardy (carrera de San Jeronimo, 8), também nos arredores da Puerta del Sol e do Congresso, é outro dos restaurantes mais velhos de Madri -e remonta a 1830. Ao lado desse restaurante classudo funciona uma delicatessen onde é possível tomar uma sopa ou beliscar canapés.
A dobradinha ("callos"), típica de Madri, também faz a festa dos mais ousados em matéria de exotismos gastronômicos. Indo desde a praça de Santa Ana até o Congresso dos Deputados na calle de Jesús, ao lado do hotel Palace, está La Taberna de Dolores. O restaurante serve uma das melhores tapas e cervejas de Madri.
Outro local ligado ao ultracontemporâneo chef Ferrán Adriá é o Fast Good, na calle Padre Damián, 23, no bairro Chamartín. Ali sanduíches e saladas são servidos num ambiente retrofuturista, que combina materiais e jogos de luzes dos mais modernos. (SC)


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