São Paulo, quinta-feira, 28 de maio de 2009

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Frequentado pelo escritor, o centenário Café Brasilero reabre com nova proposta

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE MONTEVIDÉU

Além da literatura e da nacionalidade, Mario Benedetti compartilhava com o escritor uruguaio Eduardo Galeano outra característica: a de habitué do pequeno Café Brasilero, no centro histórico da capital. Sua assiduidade não era tão infalível como a do autor de "As Veias Abertas da América Latina", que fez do lugar escritório informal. Mas Benedetti também pode ser visto ao lado do balcão de madeira escura e das mesas simples e centenárias que compõem o café mais antigo da capital uruguaia e que funciona até hoje.
Origem Muitas versões -nenhuma mais confiável que a outra- explicam a razão do nome "Brasilero" na fachada da casa. Há quem conte que se deve ao fato de ter sido servido café brasileiro. Outros atestam que é fruto da vizinhança com a Embaixada do Brasil, já que em tempos idos a diplomacia verde-amarela teria compartilhado o mesmo edifício do café. Outra versão, de acordo com os garçons mais antigos do lugar, é a de que o nome do estabelecimento deriva da origem de seus primeiros proprietários, que teriam nascido em terras brasileiras. Fundado em 1877, o Café Brasilero esteve fechado por aproximadamente um mês no ano passado, mas foi reaberto no final do mês de novembro por dois empresários -um vinculado ao ramo farmacêutico e o outro ao setor da construção- para alívio do povo montevideano. A decoração continua a mesma -uma sucessão discreta de recortes de jornais e ilustrações estilo art nouveau nas paredes- e a fachada permanece intacta, como era há 132 anos, quando o estabelecimento foi inaugurado. O que o novo Brasilero traz de diferente é o cardápio, atualizado com propostas gastronômicas mais modernas. Agora há sanduíches, sobremesas em porções individuais e opções mais bem elaboradas de café. A equipe de garçons também foi reorganizada, formada agora por funcionários mais jovens.
Retorno A novidade principal não está no café, e sim na "gaditana", bebida servida nos primeiros anos do Café Brasilero e que acabou esquecida no século 20. Ressuscitada, a mistura de conhaque e laranja voltará a regar as noites de boemia que a casa promove às quintas e sextas, quando oferece apresentações de artistas de prestígio no país, como Fernando Cabrera e Laura Canoura, e de músicos que vêm despontando na cena local. Para completar as mudanças, será lançado novo site na internet. (DM)


CAFÉ BRASILERO
Ituzaingó, 1447, Ciudad Vieja; reservas podem ser feitas pelo telefone 00/xx/598/2/9158120;
www.cafebrasilero.com.uy



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