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Frequentado pelo escritor, o centenário Café Brasilero reabre com nova proposta
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE MONTEVIDÉU
Além da literatura e da nacionalidade, Mario Benedetti
compartilhava com o escritor
uruguaio Eduardo Galeano outra característica: a de habitué
do pequeno Café Brasilero, no
centro histórico da capital.
Sua assiduidade não era tão
infalível como a do autor de "As
Veias Abertas da América Latina", que fez do lugar escritório
informal. Mas Benedetti também pode ser visto ao lado do
balcão de madeira escura e das
mesas simples e centenárias
que compõem o café mais antigo da capital uruguaia e que
funciona até hoje.
Origem
Muitas versões -nenhuma
mais confiável que a outra- explicam a razão do nome "Brasilero" na fachada da casa.
Há quem conte que se deve
ao fato de ter sido servido café
brasileiro. Outros atestam que
é fruto da vizinhança com a
Embaixada do Brasil, já que em
tempos idos a diplomacia verde-amarela teria compartilhado o mesmo edifício do café.
Outra versão, de acordo com
os garçons mais antigos do lugar, é a de que o nome do estabelecimento deriva da origem
de seus primeiros proprietários, que teriam nascido em terras brasileiras.
Fundado em 1877, o Café
Brasilero esteve fechado por
aproximadamente um mês no
ano passado, mas foi reaberto
no final do mês de novembro
por dois empresários -um vinculado ao ramo farmacêutico e
o outro ao setor da construção- para alívio do povo montevideano.
A decoração continua a mesma -uma sucessão discreta de
recortes de jornais e ilustrações
estilo art nouveau nas paredes- e a fachada permanece intacta, como era há 132 anos,
quando o estabelecimento foi
inaugurado.
O que o novo Brasilero traz
de diferente é o cardápio, atualizado com propostas gastronômicas mais modernas. Agora há
sanduíches, sobremesas em
porções individuais e opções
mais bem elaboradas de café. A
equipe de garçons também foi
reorganizada, formada agora
por funcionários mais jovens.
Retorno
A novidade principal não está no café, e sim na "gaditana",
bebida servida nos primeiros
anos do Café Brasilero e que
acabou esquecida no século 20.
Ressuscitada, a mistura de
conhaque e laranja voltará a regar as noites de boemia que a
casa promove às quintas e sextas, quando oferece apresentações de artistas de prestígio no
país, como Fernando Cabrera e
Laura Canoura, e de músicos
que vêm despontando na cena
local. Para completar as mudanças, será lançado novo site
na internet.
(DM)
CAFÉ BRASILERO
Ituzaingó, 1447, Ciudad Vieja; reservas podem ser feitas pelo telefone 00/xx/598/2/9158120;
www.cafebrasilero.com.uy
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