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CAMINHOS MONTEVIDEANOS
Passeio leva turistas à noite para cemitério
Tour pelas lápides assinadas por artistas como Enrique Lussich e José Livi recomeçam em setembro
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE MONTEVIDÉU
Desde o final do ano passado,
a Prefeitura de Montevidéu
oferece um passeio inusitado:
visita guiada ao cemitério Central, o mais antigo da cidade.
O tour, que dura aproximadamente uma hora, é realizado
depois do horário de funcionamento regular do local -após
as 19h- e reúne, no máximo,
40 pessoas por grupo. São organizados em média até dois passeios por mês.
Hoje sairá o último grupo antes da interrupção temporária
do projeto. Segundo a secretaria de Turismo do município, as
visitas serão retomadas ainda
neste ano, em setembro.
O foco do roteiro são os monumentos, esculturas e adornos assinados por artistas como José Zorrilla de San Martín,
Enrique Lussich, José Belloni e
José Livi, que passaram a integrar o cemitério a partir do ano
de 1830.
Entre as obras, há uma intitulada "La Piedad", de José Livi, inspirada na "Pietà" de Michelangelo. Além disso, o trajeto, que tem vista para o rio da
Prata, inclui túmulos de personalidades da história do país.
Figuras como os artistas Pedro Figari e Juan Manuel Blanes, o dramaturgo Florencio
Sánchez, José Pedro Varela
(um dos maiores impulsores da
reforma educativa pela qual
passou o país) e o cacique charrua (povo indígena que vivia na
costa do rio da Prata) Vaimaca
Perú estão enterradas ali.
O corpo de Mario Benedetti,
morto no dia 17 de maio, porém, não está no cemitério
Central, mas sim no cemitério
do bairro Buceo.
Também se destacam lápides
de autoridades ou figuras políticas marcantes na trajetória
local, como os presidentes José
Batlle y Ordóñez e Luis Batlle
Berres, além de Zelmar Michelini, político e jornalista morto
em 1976, na ditadura militar.
Razões
A prefeitura afirmou que o
tour será suspenso até setembro porque o órgão fará um um
levantamento sobre as visitas
ocorridas desde que o projeto
foi lançado e porque nos próximos meses faz muito frio na capital uruguaia. Por ser à noite, o
passeio não teria público suficiente.
(DENISE MOTA)
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