São Paulo, quinta-feira, 28 de maio de 2009

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CAMINHOS MONTEVIDEANOS

Passeio leva turistas à noite para cemitério

Tour pelas lápides assinadas por artistas como Enrique Lussich e José Livi recomeçam em setembro

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE MONTEVIDÉU

Desde o final do ano passado, a Prefeitura de Montevidéu oferece um passeio inusitado: visita guiada ao cemitério Central, o mais antigo da cidade.
O tour, que dura aproximadamente uma hora, é realizado depois do horário de funcionamento regular do local -após as 19h- e reúne, no máximo, 40 pessoas por grupo. São organizados em média até dois passeios por mês.
Hoje sairá o último grupo antes da interrupção temporária do projeto. Segundo a secretaria de Turismo do município, as visitas serão retomadas ainda neste ano, em setembro.
O foco do roteiro são os monumentos, esculturas e adornos assinados por artistas como José Zorrilla de San Martín, Enrique Lussich, José Belloni e José Livi, que passaram a integrar o cemitério a partir do ano de 1830.
Entre as obras, há uma intitulada "La Piedad", de José Livi, inspirada na "Pietà" de Michelangelo. Além disso, o trajeto, que tem vista para o rio da Prata, inclui túmulos de personalidades da história do país.
Figuras como os artistas Pedro Figari e Juan Manuel Blanes, o dramaturgo Florencio Sánchez, José Pedro Varela (um dos maiores impulsores da reforma educativa pela qual passou o país) e o cacique charrua (povo indígena que vivia na costa do rio da Prata) Vaimaca Perú estão enterradas ali.
O corpo de Mario Benedetti, morto no dia 17 de maio, porém, não está no cemitério Central, mas sim no cemitério do bairro Buceo.
Também se destacam lápides de autoridades ou figuras políticas marcantes na trajetória local, como os presidentes José Batlle y Ordóñez e Luis Batlle Berres, além de Zelmar Michelini, político e jornalista morto em 1976, na ditadura militar.

Razões
A prefeitura afirmou que o tour será suspenso até setembro porque o órgão fará um um levantamento sobre as visitas ocorridas desde que o projeto foi lançado e porque nos próximos meses faz muito frio na capital uruguaia. Por ser à noite, o passeio não teria público suficiente. (DENISE MOTA)


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