São Paulo, segunda-feira, 28 de junho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CORRA, TURISTA, CORRA

Público e paisagem influem na escolha da prova

Platéia de Amsterdã e NYC anima corredores

DA REPORTAGEM LOCAL

Considerada por muito tempo o sonho de qualquer corredor, a Maratona de Nova York tem perdido espaço para outras provas do mundo, mas quem dela participa não se esquece jamais, principalmente por causa da recepção do público. "A cidade se transforma durante seis dias. É gente correndo por todo lado, treinando", relata Claudia Paula, supervisora da Turismo Kamel.
Outra curiosidade da prova é uma canaleta de madeira inclinada, de 100 m, localizada na concentração dos corredores para os homens urinarem, que, segundo Armando Girello, da Chamonix, já virou atração turística. "Ela fica bem de frente para a ponte e as mulheres costumam fotografar os corredores que a utilizam."
Outra população receptiva aos maratonistas é a holandesa, que saúda, às vezes até com panelaços, os corredores da Maratona de Amsterdã. Além disso, a paisagem do percurso inclui fazendas, moinhos de vento e casas rurais.
Os participantes da prova de Veneza passam pelas 13 pontes que ligam os canais da cidade e, logo no início, após a partida da cidadezinha de Stra, dão de cara com uma mansão de 1720. O "gran finale" é no Grande Canal, ao lado da praça São Marco.
O forte da Maratona dos Alpes Suíços também é o cenário. "Ela tem zero de público, mas um visual maravilhoso", comenta Fabio Caravieri Rosa, coordenador técnico da assessoria esportiva Marcos Paulo Reis. Ele também destaca a Maratona da Itália Memorial Enzo Ferrari, que começa com um cortejo de 50 Ferraris.
A Maratona de Boston (www.bostonmarathon.com), em abril, exige a participação de pessoas que tenham experiência comprovada com determinados documentos. Talvez a causa disso seja a grande quantidade de colinas do seu percurso, sendo uma delas apelidada de "quebra-corações".

Provas nacionais
Já as maratonas brasileiras, que poderiam servir como treinamento para os iniciantes, frustram os corredores pela alta temperatura e organização bem inferior às do hemisfério Norte.
As suas páginas na internet muitas vezes são desatualizadas e demoram para entrar no ar, como a da maratona de São Paulo, programada para março. Esta, aliás, é difícil para o corredor, na opinião de Marcelo Coltro, diretor da operadora XTravel, que cita a poluição, a topografia e a alta temperatura como grandes obstáculos.
Já a Maratona de Porto Alegre decepcionou a publicitária Graça Brandão. "Não há incentivo do público, é aquela coisa tristonha."
Veja calendário de provas estrangeiras nesta página e das nacionais na pág. F10.
(MARISTELA DO VALLE)


Texto Anterior: Corra: Sedentário precisa de dois anos de preparação
Próximo Texto: Corra, turista, corra: Aos 73, brasileira conhece Paris correndo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.