São Paulo, segunda-feira, 28 de junho de 2004

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LUXO NO LIXO

Fotógrafos franceses realizam em galeria de Nova York exibição com imagens dos detritos das celebridades

Exposição revela o que famosos jogam fora

DA REDAÇÃO

Uma exposição fotográfica em Nova York revela o conteúdo das lixeiras das celebridades. "Star Trash", algo como "o lixo das estrelas", está em cartaz até o dia 16 do mês que vem numa galeria de arte no SoHo, a Star Trash Store.
Os fotógrafos franceses Pascal Rostain e Bruno Mouron passaram os últimos 15 anos garimpando aquilo que as pessoas famosas jogavam fora. Selecionaram itens de interesse e tiraram fotografias deles. As obras têm como títulos os nomes das celebridades.
Marlon Brando ou alguém de sua casa em Mulholland Drive, em Los Angeles, por exemplo, descartou garrafas d'água vazias da marca Evian quebradas, um exemplar do "Los Angeles Asian Journal", uma tintura de cabelo possivelmente usada pelo ator...
O lixo de Arnold Schwarzenegger confirma o pendor do governador da Califórnia pelos charutos cubanos Casillas, hábito que poderia denotar que a celebridade viola as leis americanas que restringem as importações de Cuba.
Mas o lixo que atraiu mais comentários pertenceria ao apresentador Larry King, da CNN. Sua sujeira conteria uma fralda para adultos que sofrem de incontinência. Os colunistas de fofocas aproveitaram a deixa e se ocuparam do fato. King negou que o material fosse seu.
A foto atribuída ao famoso foi removida da exposição. Seus autores disseram ter pensado que a fralda era para crianças e se desculparam. Também foi retirada da mostra uma obra que exibe o lixo de Ronald Reagan -alegou-se a comoção provocada pela morte recente do presidente.
A exposição revela ainda muito glamour no conteúdo das lixeiras dos famosos. Um recibo sugere que Colin, filho de Tom Hanks, pernoitou por cerca de US$ 1.100 num hotel de Las Vegas. Uma lista de compras de Tom Cruise mostra que ele utiliza pelo menos 13 produtos de beleza para o rosto.
Os trabalhos estão à venda e custam US$ 6.000. Os autores afirmam não estarem interessados nas celebridades, mas que seu interesse reside na documentação da cultura consumista. "Algumas pessoas acham que somos "paparazzi". Elas estão erradas. É preciso pensar um pouco. Estamos certos de uma coisa: esse é um retrato real da nossa sociedade."
E a escolha dos famosos? "Se fizéssemos a mesma coisa com gente normal, não teríamos mídia", diz Rostain ao jornal "The Washington Post".
Os dois fotógrafos, protegidos por incontáveis pares de luvas, resolveram vasculhar os detritos alheios após ler um artigo em que um professor de sociologia sugeria aos alunos a coleta do lixo. A dupla o fez como forma de apreender a personalidade dos retratados. Como próximo projeto, os franceses pretendem investigar os restos de famílias "comuns" do mundo inteiro.


Com agências internacionais.


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