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LUXO NO LIXO
Fotógrafos franceses realizam em galeria de Nova York exibição com imagens dos detritos das celebridades
Exposição revela o que famosos jogam fora
DA REDAÇÃO
Uma exposição fotográfica em
Nova York revela o conteúdo das
lixeiras das celebridades. "Star
Trash", algo como "o lixo das estrelas", está em cartaz até o dia 16
do mês que vem numa galeria de
arte no SoHo, a Star Trash Store.
Os fotógrafos franceses Pascal
Rostain e Bruno Mouron passaram os últimos 15 anos garimpando aquilo que as pessoas famosas
jogavam fora. Selecionaram itens
de interesse e tiraram fotografias
deles. As obras têm como títulos
os nomes das celebridades.
Marlon Brando ou alguém de
sua casa em Mulholland Drive,
em Los Angeles, por exemplo,
descartou garrafas d'água vazias
da marca Evian quebradas, um
exemplar do "Los Angeles Asian
Journal", uma tintura de cabelo
possivelmente usada pelo ator...
O lixo de Arnold Schwarzenegger confirma o pendor do governador da Califórnia pelos charutos cubanos Casillas, hábito que
poderia denotar que a celebridade
viola as leis americanas que restringem as importações de Cuba.
Mas o lixo que atraiu mais comentários pertenceria ao apresentador Larry King, da CNN. Sua
sujeira conteria uma fralda para
adultos que sofrem de incontinência. Os colunistas de fofocas
aproveitaram a deixa e se ocuparam do fato. King negou que o
material fosse seu.
A foto atribuída ao famoso foi
removida da exposição. Seus autores disseram ter pensado que a
fralda era para crianças e se desculparam. Também foi retirada
da mostra uma obra que exibe o
lixo de Ronald Reagan -alegou-se a comoção provocada pela
morte recente do presidente.
A exposição revela ainda muito
glamour no conteúdo das lixeiras
dos famosos. Um recibo sugere
que Colin, filho de Tom Hanks,
pernoitou por cerca de US$ 1.100
num hotel de Las Vegas. Uma lista
de compras de Tom Cruise mostra que ele utiliza pelo menos 13
produtos de beleza para o rosto.
Os trabalhos estão à venda e
custam US$ 6.000. Os autores
afirmam não estarem interessados nas celebridades, mas que seu
interesse reside na documentação
da cultura consumista. "Algumas
pessoas acham que somos "paparazzi". Elas estão erradas. É preciso pensar um pouco. Estamos
certos de uma coisa: esse é um retrato real da nossa sociedade."
E a escolha dos famosos? "Se fizéssemos a mesma coisa com
gente normal, não teríamos mídia", diz Rostain ao jornal "The
Washington Post".
Os dois fotógrafos, protegidos
por incontáveis pares de luvas, resolveram vasculhar os detritos
alheios após ler um artigo em que
um professor de sociologia sugeria aos alunos a coleta do lixo. A
dupla o fez como forma de
apreender a personalidade dos retratados. Como próximo projeto,
os franceses pretendem investigar
os restos de famílias "comuns" do
mundo inteiro.
Com agências internacionais.
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