Festa de São Firmino acontece há 400 anos na agitada cidade medieval que fica a duas horas de Bilbao

DO ENVIADO ESPECIAL A PAMPLONA

As próximas corridas de touros de Pamplona acontecerão entre os dias 6 e 14 de julho às 8h. É assim há 400 anos.
Jovens e não tão jovens correm de touros por cerca de 800 metros. A corrida dura dois ou três minutos. Para participar, não é preciso fazer inscrição: basta meter-se na frente dos bichos e não esquecer que cada um pesa mais ou menos 600 kg.
Ferimentos são exibidos com orgulho, e, eventualmente, há vítimas. O trajeto termina na praça de touradas, onde cada animal é destinado a seu devido curral. As touradas só acontecem durante essa semana.
A abertura da festa de São Firmino é feita do balcão do prédio barroco da prefeitura, inaugurado em 1752. Alguma celebridade local estoura o primeiro rojão. Um apitaço é seguido do barulho estrondoso da multidão gritando "Viva San Fermin! Gora San Fermin!".
Fogos explodem e serpentinas voam pelos ares. As pessoas entram em um estado de loucura que só tem uma pequena pausa na manhã seguinte, para que se possa ver os mais sóbrios enfrentarem os touros. Procissões, cortejos e festas percorrem o centro da cidade nos dias que seguem.
Pamplona é uma cidade pequena, com pouco mais de 170 mil habitantes. Se, por um lado, tem as características das cidades antigas da Europa, por outro a presença da universidade de Navarra supre a cidade de jovens, que lotam bares e festas quase todas as noites.
É possível dizer que a Pamplona de hoje é ainda mais agitada que aquela que serviu de cenário para o romance "O Sol Também se Levanta", de Ernest Hemingway.
Outros centros de modernidade são o museu de Navarra (www.cfnavarra.es/cultura/Museo/index.html), fundado em 1956 em um antigo hospital do século 16, e a moderna casa de concertos Baluarte (www.baluarte.com). O museu conta a história da região e contém peças arqueológicas a partir do período paleolítico, além de um programa de exposições e ciclos de cinema.
Na origem, a cidade era formada por três fortificações que freqüentemente estavam em guerra umas com as outras. Eram os burgos de San Cemin, San Nicolás e Navarreria.
Em 1423, o rei de Navarra decidiu unificar os três burgos. As três igrejas originais ainda estão de pé, mas a de San Nicolás, do século 12, é a mais conservada. Mantém um piso de madeira que range.
A cidade cresceu em torno de um centro medieval limitado pelo rio Arga de um lado e pelas ruínas de uma fortaleza do outro. Caminhar sem destino por essa construção ou pelas ruelas é uma boa maneira de encontrar restaurantes e pequenas lojas. (MARCELO PLIGER)


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