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PAÍS BASCO
Guggenheim paga sozinho ida à cidade
Museu projetado por Frank Gehry é marco da regeneração urbana e completa uma década neste ano
DO ENVIADO ESPECIAL À ESPANHA
Sim, vale a pena visitar Bilbao mesmo se for só para conhecer o Guggenheim.
Perambular por dentro dele e
pelos arredores é uma experiência única. A filial do museu
Guggenheim, cuja sede fica em
Nova York, é o principal cartão-postal da cidade. Uma busca de
imagens no Google usando apenas o nome da cidade revela 42
fotos do museu entre as primeiras 100 exibidas.
A fundação Guggenheim já
sinalizava a intenção de expandir filiais pelo mundo quando
foi procurada pelo governo basco em 1991.
O arquiteto canadense Frank
Gehry foi o vencedor da concorrência fechada para o projeto e acabou desenvolvendo um
novo método de criar, recortando e colando faixas de cartolina retorcidas em maquetes
tridimensionais.
As maquetes foram posteriormente escaneadas com
equipamentos emprestados da
aeronáutica. O resultado é um
prédio que se esparrama pela
margem do rio Nervión lembrando a forma de um navio ou
de uma flor.
O autor diz que o objetivo das
curvas foi captar os diferentes
tons da luz refletida no revestimento de titânio. O material
também foi importado da tecnologia de aeronaves. As placas
têm 3 mm de espessura e mudam levemente de cor de acordo com a incidência da luz.
Lembram as escamas de um
peixe. A construção teve início
em 1992 e durou cinco anos.
Os críticos argumentam que
um museu tão inovador acaba
sendo mais atraente do que as
obras que expõe. O custo alto
da construção e da manutenção
do prédio também entra na
pauta dos críticos.
De qualquer maneira, o Guggenheim coroou a renovação
urbana da cidade e colocou Bilbao no roteiro turístico mundial. Opinião pessoal que também ouvi de vários outros turistas: o museu é espetacular.
A lógica do prédio é relativamente simples. Um átrio central com 50 metros de altura
conecta todas as salas. E as formas malucas que Gehry inventou para cada espaço criam ambientes cheios de surpresas.
É surpreendente a qualidade
do acabamento em uma construção tão complexa.
Regeneração urbana
O maior trunfo do projeto, no
entanto, é que o edifício amarra
uma reestruturação urbana
ampla. Visto do rio, ele tem um
aspecto grandioso, mas no nível da rua não é mais alto do
que os predinhos da cidade antiga. Separe um bom tempo para perambular em volta do museu e se prepare para tirar muitas fotos. Uma dica para obter
boas imagens é subir na ponte
que passa sobre o museu. Experimente também visitar o prédio à noite, quando o titânio ganha uma cor verde-azul.
O visitante que chega ao museu caminhando pelo rio é recepcionado por uma escultura
em forma de aranha da franco-americana Louise Bourgeois
(1911-). Da mesma maneira, no
outro extremo do prédio, um
cachorrinho de cerca de 6 m de
altura revestido por flores foi
criado pelo norte-americano
Jeff Koons (1955-) para guardar a entrada do museu que está voltada para a cidade antiga.
O museu oferece visitas guiadas gratuitas de terça a domingo, às 11h, às 12h30, às 16h30 e
às 18h30. As visitas podem ser
em basco, espanhol e inglês. Para garantir que você vai entender o que o guia fala, é bom conferir o idioma do tour no balcão
de informações do museu.
A fundação Guggenheim tem
uma das mais completas coleções de arte do século 20. Os
cinco museus espalhados pelo
mundo compartilham exposições itinerantes. No acervo de
Bilbao constam obras de Alexander Calder (1898-1976),
Yves Klein (1928-1962), Willem de Kooning (1904-1997) e
Antoni Tápies. Uma sala com
130 m de comprimento e 24 m
de altura abriga imensas esculturas de Richard Serra (1939-).
(MARCELO PLIGER)
GUGGENHEIM BILBAO Funciona de terça a sábado, das 10h
às 20h; de julho a agosto, funciona
de segunda a domingo, das 10h às
20h; a bilheteria fecha às 19h30. O
museu adverte que no horário de
pico, das 11h às 13h, há grande possibilidade de o visitante encontrar
filas. Ingresso: 10,50 (adultos).
Tel: 00/ xx/34/94/435-9080
www.guggenheim-bilbao.es
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