TURNOS -> Nas manhãs de terça e sexta, mercado paulistano é inundado por flores, plantas e peças de decoração; durante o dia todo, frutas e legumes estão à venda

THIAGO MOMM
DA REPORTAGEM LOCAL

Se andar entre caminhões e entrar em um armazém gelado e molhado de madrugada já é incomum, mais improvável é sair desse cenário quase militar abraçando um atum de 40 quilos e R$ 400.
Mas você não está na feira do seu bairro, escolhendo pescados em tiras: está num atacado da Ceagesp (0/xx/11/3643-3700; www.ceagesp.gov.br), na Vila Leopoldina, região noroeste paulistana, ao lado de chefs e donos de estabelecimentos comprando peixes com carrinhos. Vale juntar-se a eles apenas se for o caso de levar os facilmente transportáveis camarões (R$ 7 o quilo) ou de ter que cozinhar para uma horda: anima, daí, a empreitada de carregar um cação de quase 15 quilos (cerca de R$ 90).
O atacado de pescados acontece de terça a sábado, das 2h às 6h. Uma dica é combiná-lo com o atacado de flores, às terças e sextas, das 5h às 10h.
"Flores" é um título reducionista. Claro que os preços e a diversidade delas são o chamariz, mas "artigos para casa" seria mais pertinente: luminárias, vasos, cestas de vime, casas para passarinhos, objetos de palha e o que mais você precisar -ou não- para enfeitar ambientes estão à venda.
Um boxe destaca-se pelos produtos de palha. Uma bicicleta de aproximadamente meio metro custa R$ 15; um carrinho de mão, mais difícil de imaginar na sala, custa R$ 20; a caixinha, de serventia mais evidente, sai por R$ 2,50.
De resto, o atacado é uma floresta. Flamboyants, árvores da felicidade, jasmins, acácias, orquídeas, magnólias e jacintos compõem os corredores. Abertos os caminhões, 60 botões de rosa são vendidos por R$ 8.
Há também atacados de legumes, de verduras e outros. A não ser no caso dos pescados, não é preciso madrugar. O mercado da Ceagesp fica na av. Dr. Gastão Vidigal, 1.946.
São promovidos, ainda, varejões às quartas (das 16h às 22h), aos sábados (das 6h às 12h30) e aos domingos (das 7h às 13h), ocasiões com happy hour. Aberto desde 1965, o mercado comercializa 240 toneladas de produtos por mês. Por causa de uma dívida trabalhista de mais de R$ 100 mil, a Ceagesp perdeu, recentemente, um de seus armazéns, arrematado em leilão por R$ 5 milhões.


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