São Paulo, quinta-feira, 28 de julho de 2011

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Roteiro por portos do Mediterrâneo leva a cidadezinhas

Locais foram construídos em cima de penhascos, com extensão ao nível do mar para receber e enviar navios

Povos deixaram, como rastro, estilos diversos nas construções de templos e anfiteatros, muralhas e castelos


JOÃO BATISTA NATALI
ENVIADO ESPECIAL À ITÁLIA

O Mediterrâneo italiano esconde, sem querer, uma parte de suas atrações históricas e turísticas. São cidadezinhas eclipsadas por pontos de maior visitação, como Capri ou Pisa, ou que, nas ilhas da Sardenha ou Sicília, só entram no roteiro de um punhado de turistas europeus.
Mas esses conglomerados pouco maiores que aldeias -como as sicilianas Taormina e Érice, ou a sarda Olbia- trazem monumentos que contam um pouco de uma história agitada e pululada por invasões estrangeiras.
Para se proteger contra elas, dezenas de cidadezinhas foram construídas em cima de montanhas ou penhascos, com uma extensão ao nível do mar, mas só para receber e enviar navios.
Controlar o Mediterrâneo era praticamente controlar o mundo conhecido na Antiguidade e na Idade Média, monopolizar rotas comerciais ou piratear carregamentos alheios. A palavra "corsário" tem por origem a Córsega, ilha hoje francesa, mas de um passado mais italiano.
Foi assim que se alternaram como forças dominantes os etruscos, os gregos e os romanos, os normandos e os mouros, espanhóis e franceses, numa sequência que só parou quando a Itália se reunificou no século 19, enquadrou o litoral e agregou as ilhas ao seu território.
O fato é que esses povos deixaram, como rastro, estilos diferentes na construção de templos e anfiteatros, muralhas e castelos. São pedras que "falam" sobre a peste ou sobre o genocídio praticados por vencedores, sobre dialetos cada vez menos falados ou sobre o pão, as frutas ou as carnes disponíveis.
É bem verdade que tudo isso hoje se dilui, para os estrangeiros, debaixo da ideia de exotismo ou de particularidades regionais. Foi essa diversidade, no entanto, que gerou uma parte da história que também nos pertence.


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