São Paulo, quinta-feira, 28 de julho de 2011

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Erice e Taormina encerram histórias da Sicília ancestral

Suspensas sobre montanhas, cidades-fortalezas foram concebidas para resistir aos invasores vindos do mar

A influência greco-romana é marca, mas a região foi habitada por mouros, normandos, espanhóis e franceses


DO ENVIADO À ITÁLIA

A civilização greco-romana não foi a primeira ocupante dessas duas cidadezinhas italianas, suspensas sobre montanhas rochosas e hoje uma com linhas medievais. Eram cidades-fortalezas, construídas para resistir aos invasores vindos do mar. Ambas na Sicília: Erice, no extremo oeste da ilha, e Taormina, a sudoeste. São dois passeios com história para contar.
Vejamos Erice, com seus 2.000 habitantes no perímetro antigo, a 750 m de altura e que não dispõe mais de sua muralha, "reciclada" por camponeses de há alguns séculos para construir casas.
Não há tampouco vestígios dos primeiros navegadores que chegaram da atual Turquia ou mesmo dos troianos, que a usaram para tentar se expandir no Mediterrâneo. Em compensação, Erice traz joias da Idade Média.
Com as últimas mudanças feitas no século 14, há um templo a Vênus que também serviu de fortaleza e alojamento de soldados.
Da mesma época, uma fortificação -hoje um hotel de luxo- que abrigava o governador romano e cujas paredes de pedra acinzentada serviam de moradia para invasores e dinastias feudais.
Vieram os mouros e depois os normandos, os espanhóis e os franceses. A linha do tempo traz diferentes paternidades de estilos às igrejas e aos conventos que abrigavam mocinhas deserdadas por suas boas famílias.
A catedral de São Juliano mantém a aparência externa do século 12; seu teto interior, ganhou no século 19 uma decoração que se parece o delírio de um confeiteiro remotamente inspirado pelo estilo manuelino das igrejas renascentistas portuguesas.
Taormina, com 11 mil habitantes e a 200 m acima do mar, é bem maior, mas igualmente recheada de história. Foi controlada por Siracusa, em seguida pelos romanos, pelos atuais galegos, espanhóis e franceses, até chegar à segunda metade do século 19, com a unificação italiana.
A cidade tem um teatro grego a céu aberto -como todos da época- provavelmente construído no século 7º a.C. e depois modificado pelos romanos. A catedral de São Nicolau, perto da porta Catânia, é do século 12.
E também, de dois séculos antes, o palácio Corvaja, hoje transformado em museu. Um dos prédios da rua principal, hoje batizada de Umberto 1º, é o antigo centro da comunidade judaica, expulsa no final do século 15 por determinação dos reis da Espanha, que dominavam a Sicília. (JOÃO BATISTA NATALI)



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