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TRAÇADO PANTANEIRO
Produto da terra origina adorno e quitute
Da farinha de bocaiúva, espécie de coquinho, são feitos biscoitos; a salsaparrilha, tipo de cipó, vira cestos
DO ENVIADO ESPECIAL A CORUMBÁ (MS)
O prédio que hoje abriga a
Casa do Artesão funcionou como presídio até 1970, quando
foi desativado. Cinco anos mais
tarde, foi transformado no que
é até hoje o maior centro de artesanato local. As lojas expõem
os produtos dentro das antigas
celas, com as grades de ferro
preservadas.
Um dos maiores atrativos do
local são os biscoitos feitos com
farinha de bocaiúva. É uma espécie de coquinho cuja farinha
serve para fazer pães, bolos,
biscoitos e até sorvetes. O pacote de meio quilo da farinha custa R$ 4. Os pacotes de biscoito
variam de R$ 3,50 a R$ 7.
No local funciona também
uma oficina de salsaparrilha. É
uma espécie de cipó (Herreria
salsaparrilha), a partir da qual
se produz uma palha que dá
origem a cestos, leques e outros
tipos de adornos.
Isabel Moraes dos Santos, 73,
é professora aposentada e coordena um projeto de ensino do
ofício do artesanato de salsaparrilha para deficientes mentais, visuais e auditivos.
Toda a matéria-prima é conseguida por doações. A venda
dos produtos ajuda a manter o
local e ainda gera uma pequena
renda para os seis artesãos que
participam do projeto. Os preços dos produtos variam de R$
4 a R$ 15.
Já a Casa do Massa Barro é
uma associação artesanal que
existe desde 1982. Crianças e
adolescentes da comunidade
trabalham como aprendizes,
fabricando peças a partir da argila retirada das margens do rio
Paraguai. Os objetos representam principalmente são Francisco e animais da região, como
a onça e o tuiuiú.
A instituição é mantida com
20% do valor de venda de cada
peça, sendo que os 80% restantes ficam para quem o fabricou.
Toda criança que participa deve ter freqüência comprovada
na escola. Renan Alexsander,
10, participa do projeto há um
ano e meio. O garoto é capaz de
fabricar seis peças por dia, que
são vendidas a um preço médio
de R$ 7 cada uma.
Segundo Enílson de Campos,
30, coordenador do projeto, há
66 aprendizes em atividade e,
nos últimos dois meses, a associação vendeu mais de mil peças produzidas por eles.
Além de receberem encomendas de material para as cidades de Bonito, Cuiabá e Brasília, os jovens artesãos já foram convidados duas vezes por
Joãozinho Trinta para decorar
carros alegóricos das escolas de
samba Beija-Flor e Viradouro,
do Carnaval carioca.
(LEONARDO WEN)
CASA DO ARTESÃO
rua Dom Aquino Correa, 425; horário
de funcionamento: de segunda a sexta, das 7h30 às 11h30 e das 13h30 às
17h. Aos sábado, das 7h30 às 11h30
Tel: 0/xx/67/3231-2715
CASA DE MASSA BARRO
rua Cacimba da Saúde, s/nš; horário
de funcionamento: de segunda a sexta, das 8h às 11h30 e das 13h30 às
17h; aos sábados, das 8h às 11h30.
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