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"MEA CUBA"
Ônibus longos são insuficientes para transportar todos, e bicicletas e caronas são alternativas comumente usadas
Morador vai e volta do trabalho de "camelo"
DA ENVIADA ESPECIAL A CUBA
Para os cubanos, a ida para o
trabalho é uma aventura prá lá de
incômoda, que começa no ponto
de ônibus. Normalmente, a última pessoa que chega precisa perguntar em voz alta quem é o último da fila da linha que deseja utilizar -se é possível chamar de fila
o bolo de dezenas de pessoas que
se aglomeram nas calçadas.
E assim começa o dia. À espera
de algum veículo que os transporte mais depressa, o povo pode, ou
melhor, precisa escolher entre demorados ônibus ("guaguas"), táxis, bicicletas e caronas.
Outro ônibus, formado por
duas partes interligadas, são conhecidos como "camelos". Apesar de muito grandes, não comportam a quantidade de pessoas
que transportam. Lotados, vão do
centro à periferia (e vice-versa)
com gente caindo pelas portas.
Mas nem todo mundo tem tempo disponível e paciência para ficar cerca de uma hora à espera de
um camelo. Muitos optam pelos
táxis populares (carros particulares), que oferecem preços mais
baixos e negociáveis.
Esses táxis costumam recolher
passageiros no meio do trajeto
(como as atuais lotações paulistanas) e, dependendo do tamanho
do veículo, chegam a transportar
seis ou sete pessoas. Esses carros,
a maioria das décadas de 40 e 50,
são passados aos donos como herança. Uma das formas de "ter"
um carro em Cuba é trabalhando
em uma empresa que empreste o
veículo ao funcionário. Todas as
pessoas que desejam possuir um
carro, além de ter dinheiro, precisam se justificar ao Estado.
As bicicletas aparecem como alternativa para as pequenas distâncias. O trajeto nesse tipo de
transporte é facilitado pelas ruas
planas do centro de Havana. As
bicicletas também são atrações
para turistas, que pagam para andar nas cadeiras acopladas e improvisadas pelos cubanos.
As caronas também são bastante comuns. Elas evidenciam a solidariedade do povo. "Eu vou para
o trabalho de carona todos os
dias. Não tenho medo, porque
aqui todos estão acostumado a
dar e a pedir caronas", conta a cubana Hilda Guillén.
(KATIA CALSAVARA)
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