São Paulo, segunda-feira, 28 de outubro de 2002

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"MEA CUBA"

Ônibus longos são insuficientes para transportar todos, e bicicletas e caronas são alternativas comumente usadas

Morador vai e volta do trabalho de "camelo"

DA ENVIADA ESPECIAL A CUBA

Para os cubanos, a ida para o trabalho é uma aventura prá lá de incômoda, que começa no ponto de ônibus. Normalmente, a última pessoa que chega precisa perguntar em voz alta quem é o último da fila da linha que deseja utilizar -se é possível chamar de fila o bolo de dezenas de pessoas que se aglomeram nas calçadas.
E assim começa o dia. À espera de algum veículo que os transporte mais depressa, o povo pode, ou melhor, precisa escolher entre demorados ônibus ("guaguas"), táxis, bicicletas e caronas.
Outro ônibus, formado por duas partes interligadas, são conhecidos como "camelos". Apesar de muito grandes, não comportam a quantidade de pessoas que transportam. Lotados, vão do centro à periferia (e vice-versa) com gente caindo pelas portas.
Mas nem todo mundo tem tempo disponível e paciência para ficar cerca de uma hora à espera de um camelo. Muitos optam pelos táxis populares (carros particulares), que oferecem preços mais baixos e negociáveis.
Esses táxis costumam recolher passageiros no meio do trajeto (como as atuais lotações paulistanas) e, dependendo do tamanho do veículo, chegam a transportar seis ou sete pessoas. Esses carros, a maioria das décadas de 40 e 50, são passados aos donos como herança. Uma das formas de "ter" um carro em Cuba é trabalhando em uma empresa que empreste o veículo ao funcionário. Todas as pessoas que desejam possuir um carro, além de ter dinheiro, precisam se justificar ao Estado.
As bicicletas aparecem como alternativa para as pequenas distâncias. O trajeto nesse tipo de transporte é facilitado pelas ruas planas do centro de Havana. As bicicletas também são atrações para turistas, que pagam para andar nas cadeiras acopladas e improvisadas pelos cubanos.
As caronas também são bastante comuns. Elas evidenciam a solidariedade do povo. "Eu vou para o trabalho de carona todos os dias. Não tenho medo, porque aqui todos estão acostumado a dar e a pedir caronas", conta a cubana Hilda Guillén.
(KATIA CALSAVARA)


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