São Paulo, segunda-feira, 28 de outubro de 2002

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Arroz, batata e bananas compõem mesa

DA ENVIADA ESPECIAL

"Você tomou a tal bebida que Hemingway tomava naquele bar?" Mesmo sem precisão, essa é a pergunta que muitos fazem a quem volta de Cuba. Duas são as respostas, porque o autor tomava seus daiquiris no El Floridita e os eternos mojitos no La Bodeguita del Medio. Esses restaurantes vivem lotados, mas isso não significa que sejam as melhores opções para comer em Havana.
Passe pelos dois, que ficam em Havana Velha. Prove os drinques à base de rum cubano, assine nas paredes do La Bodeguita (tel. 00/ xx/53/7/67-1375) e encoste no balcão vermelho do El Floridita (tel. 00/xx/53/7/67-1300) para ver o barman preparar o daiquiri. Então, prepare-se para conhecer outros restaurantes.
Arroz, feijão, carne de porco, batata frita, banana frita, batata-doce. Esses ingredientes integram o tradicional prato cubano e podem ser encontrados em quase todos os restaurantes, inclusive nos mais sofisticados.
Em qualquer lugar, não deixe de provar o delicioso moros e cristianos, feito à base de arroz e feijão-preto, que são cozidos juntos -uma espécie de baião-de-dois.
Na chamada 5ª Avenida fica o restaurante La Cecília (tel. 00/xx/ 53/7/204-1562). Lá é possível comer bem sem gastar muito. Por US$ 6,50 come-se cerdo assado, moros e cristianos, batatas, bananas fritas e salada à vontade. Tudo isso cercado por um ambiente com árvores e passarinhos cantando. E, claro, são almoços e jantares devidamente caribenhos. A banda Aché Sonero, com suas maracas e timbales, toca entre as mesas e faz os clientes, inevitavelmente, balançarem na cadeira.
No El Ajibe (tel. 00/xx/53/7/204-1583) você prova o saboroso frango assado com molho de laranja. A acidez do suco da fruta dá um sabor especial ao arroz branco, que se colore levemente. Acompanhado de, claro, batatas e bananas fritas, o prato custa US$ 12, com salada. A cerveja Cristal, nacional, custa US$ 2, e os refrigerantes do tipo cola, a Tropikola e a Tukola, US$ 1 a lata.
No restaurante La Casona de 17 (tel. 00/xx/53/7/33-4529), no bairro Vedado, o prato mais pedido é o arroz com frango do Caribe. Servido em uma cumbuca, o arroz avermelhado com ervilhas e pimentões lembra um risoto. Mas a "mistura" mesmo fica escondida no fundo: um bem fornido pedaço de frango. Por US$ 3,50.
O La Ferminia (tel. 00/xx/53/7/ 33-6555) faz você quase esquecer que está em Cuba, a não ser pelo fato de você aparecer em um daqueles divertidos táxis que caem aos pedaços. O lugar é uma espécie de casa requintada, com móveis, assoalho e tapetes antigos. Prove a boa variação de frango no espeto temperado com alho.
Se a fome bater quando você estiver próximo ao Capitólio, uma opção barata e rápida é o Hanoi (tel. 00/xx/53/7/67-1029), a três quadras do local. Lá você prova pratos simples por US$ 2,80, no máximo. O prato mais caro é um filé de peixe, que custa US$ 7.

Comida caseira
Quando o assunto é comida, não há como deixar de falar dos tradicionais "paladares". Os pequenos restaurantes, instalados em salas e pátios de casas comuns, surgiram depois da exibição da novela brasileira "Vale Tudo", em que a personagem de Regina Duarte parte da produção caseira para montar uma cadeia de restaurantes.
O aumento de turistas na ilha e o sucesso dos "paladares" fizeram do La Guarida (tel. 00/xx/53/7/62-4940) um "paladar" sofisticado. O local, em um cortiço de Havana, foi cenário para o filme "Morango e Chocolate".
De fora, a fila da sorveteria Coppelia, a maior "heladeria" de Havana, parece de hospital público brasileiro, de tão imensa. Para eles, uma bola de sorvete é vendida por 1 peso (US$ 0,04), enquanto o turista paga US$ 1,50 por uma bola e US$ 2,80 por duas bolas.
De tempos em tempos, a Coppelia oferece sorvete de graça aos cubanos. Dizem que o sorvete de lá já foi melhor, mas continua tendo um sabor especial. (KC)


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