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TURISTA ACIDENTADO
Férias Vivas distribuirá cartilhas para orientar praticantes de esportes de aventura na Adventure Fair
ONG quer diminuir acidentes em turismo
MARISTELA DO VALLE
DA REPORTAGEM LOCAL
No primeiro trimestre deste
ano, pelo menos três crianças
morreram vítimas de acidentes
em momento de lazer: Lucas, 4,
foi atropelado por um jet-ski em
Florianópolis; Renan Júlio, 7, se
afogou num parque aquático no
Ceará; e Victoria, 9, em um passeio a cavalo em um resort de Alagoas, ficou pendurada no arreio
enquanto o animal disparava e
sofreu traumatismo craniano.
Talvez as três fatalidades tivessem sido evitadas respeitando-se
algumas condições de segurança:
a condutora do jet-ski que atropelou Lucas não tinha habilitação;
não foram realizados procedimentos de primeiros socorros em
Renan Júlio a tempo, segundo a
família; e a sela usada por Victoria
não era própria para criança.
Com o objetivo de diminuir o
risco desse tipo de acidente, a mãe
de Victoria, a arquiteta Silvia Belise, montou a ONG Férias Vivas.
"Nunca me passou pela cabeça
que uma atividade de lazer pudesse acarretar essa tragédia." E provavelmente poucos pensam nisso.
"O risco não deve ser temido,
mas identificado para ser controlado." A frase, da própria Silvia,
acompanha nove cartilhas com
orientações para a prática de esportes de aventura que serão distribuídas gratuitamente na Adventure Fair, feira que ocorre de
quarta a domingo no Pavilhão da
Bienal do parque Ibirapuera, em
São Paulo.
As cartilhas serão custeadas pela Embratur, que na semana passada firmou um acordo de cooperação com a ONG. Segundo Regina Cavalcante, diretora de economia e fomento do órgão do governo, ele deve apoiar outros projetos da Férias Vivas, que, por
exemplo, ajudará a Embratur a
criar outros critérios de segurança
para o seu sistema de classificação
de meios de hospedagem.
A participação da Férias Vivas
com um estande na Adventure
Fair é a primeira ação pública da
ONG, que foi fundada em 24 de
julho, dia do aniversário de Victoria. "Além de homenagear a minha filha, resolvi transformar
uma data triste num dia alegre",
comenta Silvia. Fazem parte da
decoração da sede da ONG quadros pintados por Victoria.
Entre as metas da organização
não-governamental estão conscientizar os consumidores a conhecer e a exigir seus direitos, informá-los e orientá-los sobre produtos e serviços, lutar pela criação
de normas técnicas de segurança
em turismo, criar um selo de qualidade para empresas do setor que
ofereçam condições mínimas de
segurança e estudar, pesquisar e
divulgar as causas dos problemas
relacionados a acidentes.
Em relação ao último item, a Férias Vivas já começou a fazer um
banco de dados sobre acidentes
em turismo, com o objetivo de
criar o primeiro "Relatório Brasileiro de Acidentes com Turistas".
Conhecendo as causas dos acidentes, fica mais fácil ter condições de elaborar uma legislação
sobre o assunto, o que deve ser
feito a longo prazo, com a ajuda
de técnicos e organizações afins.
Para orientar os consumidores e
ao mesmo tempo receber denúncias, a ONG já colocou no ar uma
página na internet, que ainda divulga dicas de segurança e eventos sobre o tema, além de ter um
espaço para que os consumidores
tirem suas dúvidas específicas.
A Férias Vivas também se apresentará, no dia 4 de novembro, à
direção do Procon para eventualmente participar das reuniões da
Câmara Técnica de Consumo do
seu serviço de Turismo. "As reuniões contam com entidades de
classe do setor, mas não há ninguém do outro lado, representando o consumidor", conta Silvia.
Para ajudar a concretizar tantos
planos, a ONG está montando um
plano de marketing com auxílio
da Empresa Jr. da Fundação Getúlio Vargas, integrada por graduandos da faculdade.
Associação Férias Vivas - Tel. 0/xx/
11/5051-4160, site www.feriasvivas.org.br.
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