DA REPORTAGEM LOCAL

Numa sexta-feira subsequente ao Carnaval, dia 15 de fevereiro, Victoria Basile Zacharias, 9, saiu para uma cavalgada organizada pelo resort Salinas de Maragogi (AL), a 125 km de Maceió e de Recife, onde estava hospedada.
Segundo o pai da menina, Fernando Pinto Zacharias, ele não quis que a filha o acompanhasse em um passeio de barco porque achava que havia muitas pedras no mar e por isso andar a cavalo seria menos perigoso. Porém o cavalo disparou, o pé de Victoria ficou preso ao arreio e a menina ficou dependurada enquanto o animal corria, o que provocou sua morte por traumatismo craniano.
Como o resort não dispunha de sela infantil, com um estribo que pudesse ser alcançado pela menina, Victoria apoiou o seu pé no courinho que é preso ao estribo. "Foi uma imprudência, pois esse courinho não oferece nenhum tipo de apoio", comenta a assessora de imprensa da Confederação Brasileira de Hipismo, Silvia Salles Milani, que não conhecia a história e ouviu o relato da Folha.
O Salinas de Maragogi alega ter ocorrido uma fatalidade, pois, segundo a gerente do hotel, Lécia Rocha, todos os seus cavalos são mansos, mas aquele no qual Victoria havia montado se assustou e saiu em disparada.
Segundo ela, após o acidente, o resort não permite mais que as crianças cavalguem sem a presença dos pais. Lécia também afirma que o hotel comprou novos arreios, sob orientação de uma escola de equitação de Recife, porém não soube descrevê-los nem dizer se eram específicos para o público infantil. O passeio a cavalo no resort, que não está incluído na diária, custa R$ 20 por pessoa e tem duração de uma hora.
O Salinas do Maragogi não é cadastrado na Embratur, o que é obrigatório para todos os meios de hospedagem. "Significa que o hotel não está cumprindo a norma dos padrões de qualidade", diz Regina Cavalcante, diretora de economia e fomento do órgão governamental. Segundo ela, a Embratur sugere que os consumidores evitem os meios de hospedagem não cadastrados, e mesmo os pequenos precisam fazê-lo. (MV)


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