|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ÁFRICA
Palácio de ferro francês é restaurado
Prédio saiu pré-fabricado da França rumo a Madagascar, mas correntes o arrastaram a Angola, e lá ele ficou
DA FRANCE PRESSE
Projetado pela escola de Gustave Eiffel, o palácio de Ferro,
em Luanda, passa por restauração que faz parte do projeto de
reconstruir a cidade após décadas de guerra civil.
Em um cenário de explosão
imobiliária, a renovação do palácio é um dos poucos projetos
para reerguer um patrimônio
danificado em vez de construir
torres de vidro a esmo.
Pré-fabricado, o prédio foi
enviado de barco da França no
século 19, originalmente destinado a Madagascadar.
As correntes de Benguela alteraram a rota de navegação. E
o barco foi parar em Angola,
que reclamou para si embarcação e conteúdo.
Não há registro do prédio em
seu auge, mas acredita-se que
era usado como centro cultural
pelos portugueses até 1975.
"Há bastante mistério envolvendo o palácio, não temos registros, mas achamos que ele
remonta a 1890", diz Emanuel
Caboco, do Instituto Nacional
de Património Cultural.
Durante a guerra civil, o palácio -assim como muitos outros prédios históricos- foi
desprezado e começou a ruir.
Até poucos anos atrás, era abrigo para moradores de rua. A
área em torno dele virou estacionamento. Com investimento de uma companhia paraestatal de extração de diamantes, a
Endiama, os entulhos foram retirados e a estrutura foi refeita.
O trabalho foi conduzido pela construtora brasileira Odebrecht, que transportou parte
das balaustradas de ferro e dos
ladrilhos do chão para o Rio de
Janeiro, para restauro.
O prédio, com paredes amarelas, fica no centro de Luanda
como símbolo do renascimento
da cidade, embora ninguém
ainda saiba ao certo qual será o
uso dado ao prédio restaurado.
Há quem diga que vá virar
museu de diamantes; outros,
restaurante. A restauração deve ser concluída em abril.
Texto Anterior: África: Luanda exibe marcas de guerra Próximo Texto: África: Em Benguela, prédios vazios são como registro histórico Índice
|