São Paulo, quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ÁFRICA

Palácio de ferro francês é restaurado

Prédio saiu pré-fabricado da França rumo a Madagascar, mas correntes o arrastaram a Angola, e lá ele ficou

DA FRANCE PRESSE

Projetado pela escola de Gustave Eiffel, o palácio de Ferro, em Luanda, passa por restauração que faz parte do projeto de reconstruir a cidade após décadas de guerra civil.
Em um cenário de explosão imobiliária, a renovação do palácio é um dos poucos projetos para reerguer um patrimônio danificado em vez de construir torres de vidro a esmo.
Pré-fabricado, o prédio foi enviado de barco da França no século 19, originalmente destinado a Madagascadar.
As correntes de Benguela alteraram a rota de navegação. E o barco foi parar em Angola, que reclamou para si embarcação e conteúdo.
Não há registro do prédio em seu auge, mas acredita-se que era usado como centro cultural pelos portugueses até 1975.
"Há bastante mistério envolvendo o palácio, não temos registros, mas achamos que ele remonta a 1890", diz Emanuel Caboco, do Instituto Nacional de Património Cultural.
Durante a guerra civil, o palácio -assim como muitos outros prédios históricos- foi desprezado e começou a ruir. Até poucos anos atrás, era abrigo para moradores de rua. A área em torno dele virou estacionamento. Com investimento de uma companhia paraestatal de extração de diamantes, a Endiama, os entulhos foram retirados e a estrutura foi refeita.
O trabalho foi conduzido pela construtora brasileira Odebrecht, que transportou parte das balaustradas de ferro e dos ladrilhos do chão para o Rio de Janeiro, para restauro.
O prédio, com paredes amarelas, fica no centro de Luanda como símbolo do renascimento da cidade, embora ninguém ainda saiba ao certo qual será o uso dado ao prédio restaurado.
Há quem diga que vá virar museu de diamantes; outros, restaurante. A restauração deve ser concluída em abril.


Texto Anterior: África: Luanda exibe marcas de guerra
Próximo Texto: África: Em Benguela, prédios vazios são como registro histórico
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.