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VULCÃO DE CORES
Terremotos moldaram ruínas de igrejas
La Merced, que resiste bravamente aos tremores, é ponto de partida de roteiro por templos de Antigua
DA ENVIADA ESPECIAL À GUATEMALA
As igrejas de Antigua rendem
um dia inteiro de passeio. Uma
das mais lindas é a La Merced,
com fachada barroca, tomada
por detalhes em relevo branco
no fundo amarelo. Fundada em
1546, enfrentou fortes tremores que, dizem os locais, "milagrosamente" em nada abalaram sua estrutura, e terremotos que fizeram com que ela
precisasse passar por processos
de reforma ou reconstrução.
Não deixe de entrar para
conferir a imagem de Jesus Nazareno em tamanho real, próxima ao altar. Pela manhã, o sol
que entra pelos vitrais bate no
vidro que protege a imagem,
dando a ela uma luminosidade
magnífica, que envolve o Cristo. À esquerda da igreja, visite
as ruínas do Convento de la
Merced, construído em 1548.
Mas também há beleza -e
muita- nos edifícios danificados por acidentes naturais que
não foram restaurados. Faça
uma visita às ruínas da Catedral, que começou a ser erguida
em 1542, levou quase meio século para ser finalizada e hoje,
depois de passar por três terremotos, exibe o que sobrou da
sua imponente estrutura.
Outro passeio que vale a pena
é a igreja El Carmen, de 1638.
Apesar de bastante afetada, dá
para se encantar com as colunas esculpidas em desenhos de
flores e com a vista que ela oferece para o vulcão Agua.
As ruínas do convento de Las
Capuchinas são das poucas que
revelam quase toda a antiga estrutura do prédio, feito em 1736
e danificado 37 anos depois. Na
entrada, há uma pequena porta
onde os fiéis deixavam suas
doações. Ali também eram levadas crianças abandonadas.
Nos museus
Em um roteiro cultural, vale
conhecer o Museu de Santiago,
localizado em um prédio que
até 1955 foi o presídio da cidade, e cujo objeto que mais faz
sucesso entre os visitantes é
um instrumento de tortura.
Um passeio pelo Hotel Casa
Santo Domingo traz um clima
de mistério ao passeio. Há somente 11 anos foram descobertas pinturas feitas no século 17
na cripta funerária, com figuras
de Cristo, da Virgem Maria e de
Maria Madalena.
No ano seguinte, 1997, durante uma reforma para reparar um problema de infiltração,
foram encontrados restos humanos. No mesmo local, fica o
Museu de Arte Colonial, com
imagens barrocas que datam
dos séculos 17 e 18, e o Museu
Arqueológico, de cerâmicas
maias.
(PRISCILA PASTRE-ROSSI)
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