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PROGRAME AS FÉRIAS
Antes um terreno alagadiço habitado por seminoles, Orlando se desenvolveu e virou meca da diversão
História da Flórida une Ponce de Leon a Walt Disney
SILVIO CIOFFI
EDITOR DE TURISMO
Há 500 anos, o explorador
Ponce de Leon procurou em
vão a fonte da juventude na
América, numa região que nomeou La Florida. Cobiçada por
espanhóis e ingleses, a Flórida
acabou anexada pelos EUA,
mas só em 1810.
E foi em 1810, há dois séculos,
que David Madison se tornou o
primeiro governador -depois,
entre 1829 e 1837, foi o 7º presidente norte-americano.
Até a anexação, pouco ou nada havia mudado naquela paisagem alagadiça habitada pelos
índios seminole e protegida,
desde de 1838, pelo forte Galin.
Quando a ferrovia chegou,
nos anos 1850, a economia baseada na agricultura passou a
ter mais expressão. Pelos canais, barcos a vapor também
ajudavam a escoar a produção
de cítricos, uma importante
atividade da Flórida até hoje.
Veio a guerra de Secessão
(1860-1865), vencida pelo norte industrializado dos EUA -e
ruinosa para a infraestrutura e
as plantações extensivas no sul.
Terminada essa guerra civil,
a economia da Flórida foi impulsionada por pioneiros como
Henry Flager, cujo foco era
criar balneários nas costas do
alcunhado "The Sunny State".
Curiosamente, outro conflito
armado, a guerra Hispano-Americana, de 1898, recolocou
nos trilhos a economia da Flórida, à época destino de tropas e
investimentos estratégicos do
Exército dos EUA.
No século 20
O desenvolvimento de verdade chegou a Orlando no início
do século 20. Uma imagem de
1906 mostra, em Tampa, um
bonde puxado a cavalo onde se
lê uma propaganda de terrenos:
"Boas estradas, visite Orlando,
água pura, sem insetos, terra rica." Exageros publicitários à
parte, a cidade passava, de fato,
a urbanizar sua paisagem rural.
No início da década de 1930,
o Estado amargou as perdas da
quebra da bolsa de Nova York,
mas conseguiu se reerguer.
Mas, em 1933, imagens aéreas do aeroporto de Orlando,
cuja sigla é MCO, o chamavam
de "a capital aérea da Flórida".
O primeiro parque de diversões nos arrabaldes de Orlando
abriu em 1936: dedicado ao esqui aquático acrobático e à jardinagem, o Cypress Gardens
(www.cypressgardens.com)
fica em Winter Heaven.
No mapa-múndi
Orlando (www.orlandoinfo.com/portugues e www.VisitOrlando.com) entrou no
mapa-múndi turístico em 1961,
quando Walt Disney (1901-1966) mostrou, em seu programa de televisão, planos do Walt
Disney World. Empresário que
já tinha na Califórnia o parque
Disneylândia, de 1955, Disney
mudaria a região de Orlando ao
criar um novo conceito de viajar com seus megaparques.
Entre o anúncio da construção do parque, a 30 km a sudoeste de Orlando, próximo ao
lago Buena Vista, e sua inauguração, passaram-se dez anos.
Aberto em 1971, o Magic Kingdom/Walt Disney World é contíguo ao Epcot Center
(www.epcot.com), de 1982.
Na Grande Orlando -que inclui Orlando, Orange, Osceola,
Seminole e Lagos- a indústria
do entretenimento floresceu e,
como consequência, uma outra, de tecnologia para parques
de diversão, ganhou vulto. Até
a Nasa, em cabo Canaveral, na
Flórida Central, fez no seu centro de lançamento de foguetes,
o Kennedy Space Centrer
(www.kennedyspacecenter.com), aberto em 1966.
Em 1975, surgiu o Sea World
(www.seaworld.com), que
lançou, em 2008, o Aquatica.
Depois, ainda surgiram o
MGM Studios, em 1989; e Universal Studios (www.universalorlando.com.br), em 1990;
e o Discovery Cove, em 2000,
atrações sempre remodeladas.
Hoje com quase 2 milhões de
habitantes, a Grande Orlando
tem cerca de 500 hotéis e gera
230 mil empregos diretos com
o turismo. Oito dos dez megaparques temáticos mais visitados dos EUA estão lá, caso do
Universal Studios (www.universalorlando.com). Entre os
50 milhões de visitantes/ano,
os turistas mais frequentes são
britânicos, canadenses, mexicanos e brasileiros.
Voos regulares de 40 empresas aéreas aterrisam em Orlando, conectada a 90 destinos nos
EUA e a 20 outras cidades do
mundo, inclusive São Paulo.
Estima-se em 5.100 os restaurantes locais e, nos inúmeros
shoppings, os brasileiros são
reconhecidos como os compradores mais vorazes.
Museus, para quem foge de
programas infantis, dão à viagem sabor cultural. Em Winter
Park, cidade contígua a Orlando, o museu Morse (www.morsemuseum.org) reúne vidros
de Louis Comfort Tiffany
(1848-1933), filho do joalheiro,
e recria capela cuja cruz, tridimensional, foi feita de cristal
verde-esmeralda. Quem gosta
de pintura primitivista visita,
nos arredores, o museu Mennello (www.mennellomuseum.org) e admira obras de Earl
Cunningham (1893-1977).
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