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PARQUE NACIONAL
Com tempo curto, cruzeirista aproveita mais escolhendo entre tour de bugue, a pé, a cavalo ou mergulho
Quem fica apenas dois dias tem de enxugar roteiro
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
EM FERNANDO DE NORONHA (PE)
Sempre à frente da embarcação, um casal de gaivotas anuncia a proximidade de terra firme. Debaixo de uma chuva persistente, o arquipélago de Fernando de Noronha vai aos poucos se delineando lá longe aos
turistas do cruzeiro.
Acorde bem cedo, antes do
nascer do sol, para ver a silhueta da ilha principal, localizada a
545 km de Recife (PE). Depois
de uma viagem inebriante
-sim, remédio para enjôo é
providencial em cruzeiros-,
todos estão ávidos para conhecer os pontos principais do arquipélago, descoberto por
Américo Vespúcio em 1503.
Atualmente, há diversas formas de desbravar o Parque Nacional Marinho de Fernando de
Noronha (Parnamar): de bugue, de barco, a pé, a cavalo e
debaixo d'água (em mergulhos
de apnéia ou com cilindro). Em
todas as opções turísticas, os visitantes têm à disposição guias
locais que garantem a viabilidade e a segurança do trajeto.
Mas até o passeio no paraíso
pode ser estressante. É que o
tempo é curto para quem vai
num cruzeiro, e os locais para
conhecer em Fernando de Noronha são muitos. Por isso a ordem é relaxar. Dois dias são
realmente insuficientes para
quem quer conhecer e, principalmente, curtir o arquipélago.
O indicado é fazer numa manhã o passeio de barco e, à tarde, um tour de carro pelas
praias. Depois de uma geral pelo arquipélago, o turista escolhe
um ponto para curtir melhor
no último dia. Com certeza, o
gosto da partida é de quem pouco provou as delícias da ilha que
tem como sentinela o morro do
Pico, com 323 metros de altura.
Desembarque
Assim que o navio atraca em
um ponto próximo ao arquipélago, o primeiro desafio é o desembarque. Os passageiros, ansiosos em não perder o tempo
precioso para desbravar a ilha,
se aglutinam próximo à saída. É
preciso ter paciência até chegar
sua vez de pegar o barquinho
que o levará ao porto, de onde
saem os passeios de barco e de
bugue. Há a opção de fechar pacotes de passeios no navio, mas
no porto é mais fácil negociar.
O passeio de barco, que dura
cerca de três horas, é imperdível. Uma das atrações do trajeto
é o "rugido do leão": uma gruta
com dois buracos que propaga
o som do animal por causa do
barulho das ondas do mar na
abertura. Mas o ponto alto da
viagem é a passagem pela baía
dos Golfinhos. Com direito a parada para
banho, o passeio custa, em média, R$ 70 por pessoa.
Quem fez o tour de barco pela manhã tem a tarde para conhecer a ilha de carro -bugue,
com guia, sai de R$ 150 a R$
200 por dia. Aí a tarefa inglória
é escolher apenas algumas
praias do arquipélago. Para os
aventureiros, a dica é a baía do
Sancho. Ao lado de uma imensa
gameleira (Fícus noronhae, espécie endêmica que nasce em
penhascos), do alto do mirante
de 50 metros de altura, dá para
avistar a praia lá embaixo.
André Novaes, 32, estava no
mirante do Sancho para fornecer informações aos visitantes.
"É preciso descer pela fenda e,
depois, encarar 172 degraus até
a praia", avisa o ilhéu. É um
pouco claustrofóbico descer a
escadinha cravada entre duas
rochas. O esforço é recompensado pela visão da praia, que
não tem infra-estrutura para
os visitantes; portanto não deixe de levar sua garrafa de água.
Se a idéia é conhecer outras
praias, o jeito é encarar rapidamente a subida. A guia Francinete de Jesus Santana, mais conhecida como Nega, sugere as
praias do Leão (há desova de
tartarugas marinhas), do Sueste (dá para fazer mergulho de
apnéia), a Cacimba do Padre
(procurada por surfistas) e a
baía dos Porcos (ótimos banhos em piscinas naturais).
À tarde, a parada certa é o
mirante Boldró, onde os turistas assistem ao pôr-do-sol ao
som de "Bolero de Ravel", que
rola num toca-CD. Ali de cima
a vista é a praia do Americanos,
onde é permitido o nudismo, e
o pico Dois Irmãos. Nos arredores do mirante, está o forte
São Pedro do Boldró, que, protegido por correntes, impedia a
aproximação dos turistas.
(GABRIELA ROMEU)
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