|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ESTÂNCIA AUSTRAL
Visitantes acompanham o cotidiano e provam o churrasco
Fazendas começam a abrir portas para o turismo rural
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO CHILE
Os estancieros, ou fazendeiros,
da região têm, pouco a pouco,
percebido que o turismo rural é
um bom negócio. Ariscos, abrem
lentamente as portas dessa vida
gaúcha aos citadinos.
Sorte daqueles que saem de suas
cidades, pois podem descobrir a
cultura dos baqueanos -gaúchos de boina, bombachas e facão
no cinto, como os do Sul do Brasil.
Há várias estâncias abertas ao
público. De acordo com a estação
do ano, o turista pode acompanhar a tosa dos animais (entre outubro e dezembro), a señalada, ou
marcação (janeiro e fevereiro), ou
o quase interminável banho contra parasitas. Imagine quanto
tempo demora banhar 10 mil ovelhas, uma a uma. Quem começa a
contar cai logo no sono.
Nessas visitas também se tem a
oportunidade de ver a destreza
dos cachorros de arreio. Com assobios, o mestre consegue que
eles procurem, detenham, retrocedam e guardem um rebanho de
ovelhas descomunal. Em todas as
estâncias são oferecidos passeios
a cavalo e, obviamente, o churrasquinho de cordeiro.
O visitante observa como se faz
um bom churrasco gaúcho: ascender o fogo cedo, com lenha de
carvalho, escolher um animal que
tenha menos de 16 quilos, salgar a
carne e colocá-la no ferro -a cabeça do animal deve ficar para
baixo. Cravar o ferro no chão, esperar boas brasas e botar o bicho a
mais de meio metro do fogo. Alternar frente e costas, devagar,
com muita paciência.
Para ficar no ponto, a carne deve passar, no mínimo, três horas
nesse trâmite. Depois de tudo isso, e sem dor na consciência, esqueça dietas, regimes e colesteróis. Afinal, esse pecado não é cometido sempre.
(JAIME BÓRQUEZ)
Texto Anterior: Estância austral: Travessia em lombo de cavalo leva à vida nativa baqueana Próximo Texto: Pacotes Índice
|