São Paulo, quinta-feira, 30 de abril de 2009

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"UK RULES OK"

Trajeto até Richmond é "imersão verde"

Roteiro inclui ida ao Kew Gardens, que abriga mais de 30 mil espécies de plantas e estufas grandiosas

DA ENVIADA ESPECIAL A LONDRES

Virginia Woolf foi obrigada a passar vários períodos longe de Londres, seja por conta dos bombardeios da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), seja por seus períodos de crises psiquiátricas - na época, os médicos receitavam longos retiros no interior, creditando parte da sua doença ao agito da cidade.
Entre as casas em que Virgínia Woolf viveu fora da cidade, as mais acessíveis a partir da capital são as que ficam em Richmond, cidade na grande Londres fartamente servida pelo transporte público: é possível chegar até lá de metrô, trem, barca, metrô de superfície e ônibus.
Richmond, na época de Woolf um subúrbio da capital inglesa, hoje conserva sua aura de quietude, oferecendo ruas calmas que se prestam a caminhadas, especialmente pelas calçadas à beira do Tâmisa, e uma boa variedade de restaurantes, além do maior dos parques reais, com 960 hectares.
Leonard e Virginia Woolf ocuparam dois endereços na cidade. De 16 de outubro de 1914 a 25 de março de 1915, viveram no número 17 da rua The Green, em Richmond Hill. A outra casa é a chamada Hogarth House, na Paradise road, próxima à estação do metrô.
Uma placa azul avisa que o casal viveu ali de 1915 a 1925 e fundou no local a lendária Hogarth Press, que publicou, além dos trabalhos de Woof, autores como Katherine Mansfield, T. S. Eliot e E. M. Forster, além de ser a primeira a lançar as obras de Sigmund Freud em inglês.
Das janelas do lado de trás da casa, Woolf podia avistar um de seus locais preferidos para caminhadas, o Jardim Botânico Real, ou simplesmente Kew Gardens, como é conhecido, local que deu nome a um conto da autora ambientado no magnífico parque.
O Kew Gardens (www.kew.org; ingresso: 13, R$ 41,96) abriga mais de 30 mil espécies de plantas, recebendo o título de mais extensa coleção botânica do mundo.
O local comemora seus 250 anos em 2009 e preparou uma série de atrações diferenciadas, como tours temáticos, exibições inéditas e a possibilidade de conhecer locais normalmente fechados ao público.
Não é difícil entender o apreço de Woolf por Kew Gardens. Ter um jardim como esse perto de casa é um privilégio. Além das diversas flores, plantas e árvores -todas devidamente identificadas em placas prateadas-, o Kew Gardens abriga estufas magníficas, onde vivem plantas de vários locais do mundo.
A Temperate House é a maior estufa do parque e, hoje em dia, a maior estrutura de vidro da época vitoriana ainda em pé. Suas alas foram construídas em datas diferentes, e se encaixam como peças de quebra-cabeça.
Dentro, as plantas comuns e exóticas -qual é o quê fica por conta da nacionalidade do visitante. É possivel subir para uma parte mais alta que rodeia a estrutura pelo lado de dentro, como camarotes de teatro. A vista é realmente privilegiada.
Já a Palm House, estufa também grandiosa, de linhas mais arredondadas, é um dos locais mais conhecidos do parque e abriga espécies tropicais, que são mantidas em temperaturas condizentes e clima úmido.
O jardim de rosas atrás da Palm House foi renovado para os 250 anos de Kew Gardens.
(MARINA DELLA VALLE)


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