São Paulo, quinta-feira, 30 de julho de 2009

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2 EM 1/BRAGA

Ir a cafés históricos faz parte da agenda

Rodeada de montanhas, antológica e eclética, a capital do Minho criou o cavaquinho e o arroz-de-pato

Getty Images
Vista do santuário de Sameiro, centro de devoção mariana cuja construção data da segunda metade do século 19; presença da religião na cidade de Braga é mais forte no mês de dezembro

DO ENVIADO ESPECIAL A BRAGA

Rodeada de montanhas e com um clima relativamente frio, mesmo no verão (13° ou 16°C, à noite) Braga é densa em mitologias. Diz ter inventado o cavaquinho. E inventou de verdade um arroz com carne de pato e três formas de preparar o bacalhau. O que combina com o vinho tinto do Minho, encorpado e ligeiramente ácido.
É uma cidade ligeiramente à esquerda, em que os socialistas elegeram há quatro anos sete dos 13 vereadores. Mas isso não realimenta o antigo anticlericalismo dessa corrente política. Ela apoia e participa de procissões noturnas, como a de são João ou as da Semana Santa. Ou então da procissão dos passos, a do Corpo de Deus.
Essa presença da religiosidade aumenta em dezembro, com a comemoração de são Geraldo, o patrono do burgo e evocação obrigatória dos milagreiros.
Os estudantes têm em maio uma espécie de procissão jocosa, chamada "enterro da gata".
Na gíria local, gata é sinônimo de repetência ou mau desempenho escolar. O enterro é pretexto para a irreverência para com as autoridades. Por dois longos períodos, durante a ditadura salazarista (1932-1974), a manifestação foi proibida.
Mas a qualquer momento Braga tem algo da qualidade de vida europeia. Exemplo: depois de andar, é bom sentar-se numa das mesas do Café Viana, que existe desde o final do século 18 na chamada Arcada -edifício no centro da cidade, com arcadas de verdade. Ou então no A Brasileira, outro café do centro, que há dois anos completou um século.
Para as compras, não há tantas lojas com grifes de peso da Europa. Mas as coisas da moda estão nas butiques da avenida da Liberdade.
(JOÃO BATISTA NATALI)


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