São Paulo, quinta-feira, 30 de julho de 2009

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Sé de Braga guarda cruz usada por Cabral

ENVIADO ESPECIAL A PORTUGAL

Não é preciso ser um iniciado em arquitetura de igrejas para sentir o quanto Braga oferece de singular. Há algo em comum com o gótico ou com o barroco de países católicos (Espanha, França, Alemanha do sul ou Áustria), em que a ostentação das riquezas dos templos não chegava a ser um pecado.
As duas igrejas mais antigas são a basílica de São Martinho (século 6) e a capela de São Fruguoso (erigida pelos visigodos). Mas nenhuma supera a Sé de Braga, de estrutura românica, gótica ou manuelina, estilo arquitetônico em que as colunas reproduzem a cordoagem também existente nas caravelas.
Não deixe de visitar o museu da Sé, dentro da catedral. O ingresso custa € 3. A museografia é moderníssima, patrocinada pelo patrimônio cultural da União Européia. Há peças como a pequena cruz do Brasil, que Cabral teria utilizado para a celebração da primeira missa, em 1500. Ou custódias, cálides e relicários medievais.
Outras igrejas: a da Misericórdia, com seu altar-mor todo talhado e recoberto em ouro. O mesmo ocorre com o convento do Pópulo (do povo), onde é preciso atenção para não atrapalhar velórios feitos do lado direito do altar-mor, segundo tradição reservada aos fiéis mais idosos. Na mesma igreja, azulejos preciosos, com cenas da vida de santo Agostinho.
O paço Episcopal tem uma edificação gótica, parecida à muralha de um castelo, onde está instalada a biblioteca pública. O edifício não está aberto à visitação. Mas suas arcadas externas, a certa distância do muro, dão ao conjunto uma encantadora leveza.
Na praça do Município há, obviamente, a prefeitura (que, em Portugal, por ser um país parlamentarista em todos os níveis de governo, chama-se Câmara Municipal). Prédio do século 18, em estilo clássico.
A Braga medieval é exemplificada pela torre da Menagem, provavelmente construída no século 13 e que integrava as muralhas destruídas, em nome do "progresso", no início do século passado.
E para quem quiser gastar em excursão ou 8 em táxi, existem os santuários de Braga, construídos no topo das colinas que circundam a cidade. O mais bonito deles, que data do século 18, é o do Bom Jesus.
Ele é também acessível por um bondinho sobre trilhos, chamado de elevador hidráulico, e tem o mais bonito carrilhão da cidade. Depois de bater a hora exata, os sinos executam canções religiosas "velhas como a Sé de Braga".
(JOÃO BATISTA NATALI)


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