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EM TELA
Em Amsterdã, turista bacana nem pensa em ir de táxi
SILVIO CIOFFI
EDITOR DE TURISMO
O nome do aeroporto intriga:
Schiphol -ou ""inferno de navios" (algo que lembra "ship hell",
em inglês). A partir de lá, convém
pegar o trem até a praça Dam, de
onde irradiam as ruas de Amsterdã, encarando o percurso de 20 ou
30 minutos. A estação de trem fica
no subsolo de Schiphol, e os trens
partem para Amsterdã a cada 15
minutos, das 6h às 24h.
Ao chegar à estação central, na
praça Dam, vale examinar o mapa
para evitar surpresas, pois as ruas
saem dali como as linhas de uma
teia de aranha, são entrecortadas
por 160 canais navegáveis e servidas por 17 linhas de bonde.
Amsterdã não é populosa demais (720 mil habitantes), mas é
espalhada, tem a particularidade
das ruas não-paralelas, foi construída em terreno que os holandeses roubaram do mar -cortada
pelos rios Amstel e Ij, a cidade
cresceu a partir do primeiro dique, ou "Dam", no local onde surgiu a estação central. Da praça
Dam até o hotel, quem tem bagagem pode seguir de táxi; já quem
viaja "leve" deve pegar um bonde.
Nos outros dias, Amsterdã é
ideal para ver e viver com arte e,
sobretudo, para passear: a pé, de
bonde, de barco ou de bicicleta.
Mas é preciso atenção, pois lá circulam 400 mil bicicletas e, anualmente, cerca de 18 mil turistas são
atropelados por elas. De pedestre
a ciclista, a metamorfose não é cara, pois o aluguel de bicicleta custa
5/dia (mais o depósito, salgado,
devolvido ao fim da jornada).
A mesma lógica não-cartesiana
que engendrou o traçado das ruas
vale para as ciclovias e para o trajeto do bonde, já que a cidade que
foi epicentro da Companhia das
Índias é, ela mesma, um emaranhado de caminhos. Outra particularidade é o horário das lojas e
dos museus, que geralmente ficam abertos até tarde na quinta e
fecham as portas às segundas.
Amsterdã conserva impecável o
casario original, formado por predinhos estreitos, de tijolos aparentes, com vários pisos e um
gancho para içar volumes no
frontão. Tem ainda palácios e
igrejas do Século de Ouro, o 17
-ao contrário de Roterdã, moderna, que foi bombardeada na
Segunda Guerra (1939-45).
Entre os locais pitorescos, os
bairros de Oude Zijde e Nieuwe
Zidje têm origem medieval; já o
bairro dos Museus, onde ficam o
museu Van Gogh e o incomparável Rijksmuseum, cresceu no século 19. Para compras, os magazines ficam no Nieuwe Zidje, perto
da praça Dam e ao longo da avenida Kalverstraat. Na rua Singel
fica o mercado de flores, à beira de
um canal. Ali o comércio é ativo,
mas nada que se compare à movimentada Leidsestraat.
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