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São Paulo, segunda-feira, 31 de março de 2003

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EM TELA

Em Amsterdã, turista bacana nem pensa em ir de táxi

SILVIO CIOFFI
EDITOR DE TURISMO

O nome do aeroporto intriga: Schiphol -ou ""inferno de navios" (algo que lembra "ship hell", em inglês). A partir de lá, convém pegar o trem até a praça Dam, de onde irradiam as ruas de Amsterdã, encarando o percurso de 20 ou 30 minutos. A estação de trem fica no subsolo de Schiphol, e os trens partem para Amsterdã a cada 15 minutos, das 6h às 24h.
Ao chegar à estação central, na praça Dam, vale examinar o mapa para evitar surpresas, pois as ruas saem dali como as linhas de uma teia de aranha, são entrecortadas por 160 canais navegáveis e servidas por 17 linhas de bonde.
Amsterdã não é populosa demais (720 mil habitantes), mas é espalhada, tem a particularidade das ruas não-paralelas, foi construída em terreno que os holandeses roubaram do mar -cortada pelos rios Amstel e Ij, a cidade cresceu a partir do primeiro dique, ou "Dam", no local onde surgiu a estação central. Da praça Dam até o hotel, quem tem bagagem pode seguir de táxi; já quem viaja "leve" deve pegar um bonde.
Nos outros dias, Amsterdã é ideal para ver e viver com arte e, sobretudo, para passear: a pé, de bonde, de barco ou de bicicleta. Mas é preciso atenção, pois lá circulam 400 mil bicicletas e, anualmente, cerca de 18 mil turistas são atropelados por elas. De pedestre a ciclista, a metamorfose não é cara, pois o aluguel de bicicleta custa 5/dia (mais o depósito, salgado, devolvido ao fim da jornada).
A mesma lógica não-cartesiana que engendrou o traçado das ruas vale para as ciclovias e para o trajeto do bonde, já que a cidade que foi epicentro da Companhia das Índias é, ela mesma, um emaranhado de caminhos. Outra particularidade é o horário das lojas e dos museus, que geralmente ficam abertos até tarde na quinta e fecham as portas às segundas.
Amsterdã conserva impecável o casario original, formado por predinhos estreitos, de tijolos aparentes, com vários pisos e um gancho para içar volumes no frontão. Tem ainda palácios e igrejas do Século de Ouro, o 17 -ao contrário de Roterdã, moderna, que foi bombardeada na Segunda Guerra (1939-45).
Entre os locais pitorescos, os bairros de Oude Zijde e Nieuwe Zidje têm origem medieval; já o bairro dos Museus, onde ficam o museu Van Gogh e o incomparável Rijksmuseum, cresceu no século 19. Para compras, os magazines ficam no Nieuwe Zidje, perto da praça Dam e ao longo da avenida Kalverstraat. Na rua Singel fica o mercado de flores, à beira de um canal. Ali o comércio é ativo, mas nada que se compare à movimentada Leidsestraat.

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