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HOLANDA EM TELA
Para celebrar aniversário do pintor, que foi ontem, museu de Amsterdã expõe suas influências até 15/6
Eleitos de Van Gogh festejam seus 150 anos
DO ENVIADO ESPECIAL À HOLANDA
Ontem foi dia de são Van Gogh
em todo o território holandês. Foi
em um 30 de março, redondos 150
anos atrás, que o pequeno Vincent abriu o berreiro pela primeira vez na cidadezinha de Groot-Zundert, no sul do país.
Também berrantes, os redemoinhos amarelos de tinta que o
artista mais valorizado do mundo
espalhou em mais de 800 pinturas
nos seus curtos 37 anos dão o tom
na Holanda durante todo o 2003.
A festa começou com os convidados certos. Os convidados do
próprio Van Gogh. Há um mês, o
museu que leva o nome do artista
(www.vangoghmuseum.nl)
abriu em Amsterdã a exposição
"A Escolha de Vincent", com 200
obras dos pintores mais admirados pelo autor de "Os Girassóis".
A mostra, que poderá ser vista
até 15 de junho, retrata o gosto
eclético do artista, que encontrava
a melhor beleza tanto nos grandes
mestres, como Rembrandt, quanto em acadêmicos menos significantes na linha do tempo, caso do
alemão Von Herkomer e do francês Jean-Leon Gérôme.
Também está presente nesse
"museu imaginário de Van
Gogh" uma seleção generosa de
pinturas das mais famosas afinidades eletivas do artista -nem
por isso as mais semelhantes com
sua obra. São os casos de Jean-François Millet (1814-1875) e de
uma boa seleção de gravuristas japoneses, como o mestre Katsushika Hokusai (1760-1849).
Ilustrando o diálogo que Van
Gogh mantinha com esses artistas, obras que ele fez inspirado em
trabalhos dos antecessores estão
penduradas logo ao lado.
Originais das famosas cartas ao
irmão Theo, desenhos e objetos
pessoais do pintor "sesquicentão", como uma Bíblia que pertencera a seu pai, pastor, e com a
qual Van Gogh tentou seguir também o caminho da pregação,
completam a mostra. Amém.
Mas a verdadeira prece do artista fica mesmo dois andares acima,
na mostra de obras da coleção
permanente de Van Gogh. Ali estão "ad infinitum" dezenas de
pinturas, algumas delas legítimos
emblemas visuais que o artista
deixou para o Ocidente, como
"Campo de Trigo com Corvos"
(talvez sua última obra, de pouco
antes de seu suicídio, em 1890).
Dono da maior coleção de obras
de Van Gogh -em parceria com
o museu Kröller-Müller, nos arredores da capital -, o espaço criado em 1973 vai utilizar boa parte
desse acervo na segunda mostra
do sesquicentenário.
No dia 27 de junho o museu
abre, em parceria com o Stedelijk
Museum, a exposição "Gogh Moderno", que contará com trabalhos do mestre pós-impressionista ao lado de obras de "influenciados" seus mais recentes, como os
artistas Willem de Kooning e Anselm Kiefer.
(CASSIANO ELEK MACHADO)
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